Família faz ‘vigília’ por vaga para bebê com doença no coração em Barretos

Compartilhe esta notícia:
Família faz ‘vigília’ por vaga para bebê com doença no coração em Barretos

Família de um menino de Barretos, que nasceu com uma má formação no coração, exige que o Estado cumpra uma decisão que determina a transferência imediata da criança para um hospital capacitado para o tratamento. No último domingo (13), parentes e amigos fizeram uma vigília em frente à Santa Casa do município, onde ele segue internado, como forma de protesto.

O menino nasceu no final de julho e está sob observação na UTI neonatal da Santa Casa, depois de ser diagnosticado preliminarmente com cardiopatia congênita grave. O hospital, que não tem como realizar a cirurgia, alegou ter solicitado a regulação do paciente para um centro médico habilitado e a família conseguiu uma liminar que lhe garantia um leito em hospital público ou particular até o dia 10 deste mês, mas isso não se concretizou.

Sem previsão de transferência, a criança segue internada e sob risco, segundo a mãe, a dona de casa Tamires Rosa de Menezes, de 27 anos. “Deu uma piorada. O médico diz que é por causa do coração, o coração está muito fraco”, afirma.

Sem dar previsão, o Estado informou que, além da disponibilidade de vaga, a transferência depende das condições clínicas do paciente.

A criança nasceu em 28 de julho na Santa Casa de Barretos e chamou atenção pelo barulho diferente no coração. Um cardiologista avaliou a criança e constatou a cardiopatia congênita grave, relata Tamires.

“A médica foi escutar o coração dele, aí ela sentiu um barulho diferente. Até então eles achavam que era sopro. Ela pediu um exame detalhado, passou pelo médico, por um cardiologista e o médico constatou que ele tinha cardiopatia congênita grave. Só que esse laudo é de um médico de adulto, não é de um médico pediatra”, afirma a mãe.

Segundo a mãe, a criança segue sob observação e medicações na UTI neonatal à espera de uma transferência para um local com estrutura adequada.

Sem respostas, ela recorreu à Defensoria Pública de Barretos, que conseguiu, em 8 de agosto, uma liminar obrigando o Estado a fornecer uma vaga para o menino no período de 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 1 mil.

“De um lado, a prova documental alinhavada demonstra que o requerente é acometido de ‘Cardiopatia Congênita Grave – CID 10 151’, necessitando de transferência para hospital especializado ou que tenha profissionais especializados para a realização imediata dos procedimentos e cirurgias cardíacas necessárias. De outro lado, é dever constitucional do Estado garantir a saúde da requerente”, determina o mandado expedido pela Justiça de Barretos.

Mesmo assim, nenhuma transferência foi programada e a família decidiu se manifestar com um ato em frente ao hospital no domingo (13). “A gente fez uma manifestação na porta do hospital para ver se a gente conseguia algum recurso, alguma coisa, e nada também”, afirma Tamires.

A Santa Casa informou que, além de não ter condições de realizar o exame que confirme em definitivo o diagnóstico, uma ecocardiografia pediátrica, não tem capacidade para a realização do tratamento, que é feito por meio de cirurgia no coração.

O hospital comunicou ainda que tenta a transferência do menino para uma UTI cardiológica em outra unidade com estrutura adequada, por meio da Central de Regulação de Vagas do Estado (Cross). “Também aguardamos essa vaga o mais rápido possível”, informou.

Em nota, a Central de Regulação e Ofertas de Serviços de Saúde informou que o menino tem sido monitorado, mas não dá previsão para a transferência.

“É importante deixar claro que apenas a disponibilidade de vagas não é suficiente para realizar a transferência. É necessário que a paciente apresente condições clínicas de ser transferida, com quadro estável e livre de infecções, por exemplo”, explicou.

*Com informações G1.com

Compartilhe esta notícia: