Números na mesa

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Vai começar a esquentar o diálogo entre servidores da Prefeitura e a administração municipal, visando o reajuste de salários da categoria.
Complexo a qualquer tempo, o tema do reajuste dos servidores municipais é sempre espinhoso. Basta ver a salada de número que será colocada na mesa de negociação para vislumbrar o rumo que a coisa poderá acabar tomando, se não houver muito bom senso e responsabilidade de todos os envolvidos.
A inflação de 2016 foi de 6,58%. Os servidores alegam que acumulam perdas salariais a períodos em que ficaram sem qualquer reposição, muito menos reajuste. O prefeito Vanderlei Mársico diz que a situação está difícil, mas que buscará solução para o caso.
Os servidores, obviamente, aguardam o mínimo previsto em lei que é a reposição do que a alta de preços abocanhou de seus rendimentos. Nas conversas, porém, tentarão visualizar o percentual máximo de reajuste que “cabê” debaixo desse cobertor para reivindicá-lo.
Estariam errados? Depende. Se considerarmos que é lícito e justo que qualquer categoria de trabalhadores busque sempre o melhor de seus direitos, será compreensível vê-los tentando esticar a corda ao máximo. Mas, se considerarmos que a função da Prefeitura não é só pagar salários e que há infinitas outras prioridades a serem atendidas com os recursos dos impostos de todos os cidadãos, a coisa muda de figura.
Os servidores precisam ser firmes, mas também responsáveis e realistas. Nenhuma administração vai conseguir tirar uma diferença salarial atrasada em uma, duas ou três tacadas. O que também não significa que precise afrontar os servidores com percentuais pífios de recomposição. Mársico precisará de jogo de cintura e os servidores terão que ser muito cientes de que seus direitos não poderão se sobrepor à viabilidade do próprio Município.

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