Em Tempo – Romance Moderno II – à la Nelson Rodrigues
Por: Prof. Gilberto Tannus* O longo apito do trem cortou como lâmina afiada de navalha o tecido negro da noite. Madrugada. Chuva. Vento forte. Fabíola contemplou as pequenas ilhas de opaca luminosidade que se aproximavam lentamente. Postes velhos de madeira, com lâmpadas amarelas, enfileirados ao longo dos trilhos da estação ferroviária da cidadezinha interiorana. Loira, linda, olhos azuis, pele alabastrina. Deusa grega em forma de mulher. Lágrimas furtivas deslizavam por suas faces, rapidamente absorvidas por um lenço cor-de-rosa. Cansada das traições do esposo, tomara a drástica decisão de abandoná-lo em…
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