Redação e Vestibular: um exercício diário

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Por: Prof. Sérgio A. Sant’Anna

A escrita não é um caminho fácil. Enganam-se aqueles que acreditam que a esta se associa a um estado de superioridade, de possessão, certo misticismo diante dessa tarefa. Escrever acopla-se ao exercício diário, a uma tarefa que necessita ser realizada todos os dias. Um hábito. A busca pela escrita perfeita, essa  a que tu se submete às trinta linhas máximas e oito linhas mínimas, vai além da redação realizada uma vez por semana. Necessita de dedicação, reescrita, leitura, análise, domínio gramatical, criatividade e autonomia.

                Como buscar essa redação perfeita?

– Entender que para redigir necessitamos de regras, organização, planejamento. Ninguém começa a escrever como se estivesse psicografando. Há todo um período de planejamento, ou seja, quando você se defronta com os textos de apoio a leitura é fundamental; há crítica, esta que passa pelo crivo da análise. Depois deste passo é elencar os tópicos a serem debatidos, posicioná-los de acordo com os parágrafos aos quais ocuparão, preocupando-se sempre com a estrutura textual do texto dissertativo-argumentativo;

– Palavras: essa relação sinonímica precisa existir. A todo o momento o resgate das palavras-chave deve a acontecer como uma forma de avisar o leitor da importância daquela temática; e a cada momento que você retoma estas palavras, frases, faz-se necessário o uso de outros sinônimos ou a utilização de outros recursos de nexo (sentido) como: conjunções, pronomes, advérbios, preposições, pontuação (a vírgula é a mais utilizada). Estes são recursos valorizados pelas bancas de correção e, também, uma das competências atribuídas à correção ENEM;

– A Argumentação é importantíssima, pois a discussão do tema necessita acontecer. No Enem esses argumentos amparam-se na sua tese, consequentemente deságuam na conclusão, ou seja, a um caminho pautado e técnico a ser percorrido; já nos demais vestibulares, assim como o da USP (Universidade de São Paulo), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), UNICAMP, UNESP, UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), a discussão do tema é essencial. A busca por uma proposta de intervenção não é bem vinda, portanto, você retomará o seu ponto de vista deixado claro em sua introdução ou desenvolvimento número um. Faz-se necessário durante a argumentação o uso da intertextualidade, a busca por argumentos que persuadam ao leitor, ou seja, que o convençam da posição do autor. Argumentos de autoridade como citações, alusões históricas, trechos de leis, dados estatísticos são elementos imprescindíveis para a defesa da sua tese.

Fora isso é muita leitura, bunda na cadeira.

*Prof. Sergio A. Sant’Anna – Professor da Rede Adventista em Santa Catarina; Corretor de Textos em “Redação sem Medo”.

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