O vírus, a economia e a sociedade

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Por: Bruno Rodrigo Mendes*

Muito tem se falado sobre os impactos do coronavírus na economia mundial e em terras tupiniquins. Aviação e turismo prejudicados, mercados e farmácias “bombando”. PIB negativo só não sabemos quando ou quanto. Nos países ricos o governo vai mandar todo mundo para casa e custear o salário, no terceiro mundo o governo só vai mandar todo mundo para casa mesmo.

Acredito que esteja claro para todos, independentemente de local, partido ou ideologia que os governos têm feito muito pouco, com soluções imediatistas e não sistêmicas. Obviamente se trata de evento inédito para o qual não havia preparo ou vivência prévia. Contudo cabe à sociedade construir soluções melhores para enfrentamento dessa situação.

Dessa forma, segue as minhas sugestões ao poder público para que possamos minimizar os efeitos econômicos da pandemia. Convido o leitor para contribuir com outras idéias (ou mesmo antagonizar as propostas nesse artigo) que possam agregar soluções melhores:

  1. Que as prefeituras aproveitem o pessoal que estará em home office para criar em seus sítios, anúncios dos comércios locais que estejam dispostos à fazer entregas. Muitas micro e pequenas empresas não tem sítios por falta de know how ou mesmo para minimizar custos. Porque não permitir que os comerciantes enviem fotos e valores de seus produtos através de whattaspp para um funcionário da prefeitura e que esses anúncios estejam colocados em um sítio no formato de marketplace para incentivar o comércio local?
  2. Durante os meses da pandemia com certeza teremos que ir ao dentista, visitar o médico para uma doença que não seja relacionada ao coronavírus, fazer fisioterapia e etc. Criar áreas devidamente higienizadas para o atendimento por agendamento desses profissionais, com limpeza após cada atendimento, pode miminizar os riscos de contaminação e gerar renda para as pessoas que fossem capacitadas para essa limpeza. Digamos que para atendimento no valor de R$ 150,00 uma pessoa encarregada da higienização do ambiente recebesse R$ 20,00. Seria bom para o profissional que continuaria atendendo e seria bom para quem conseguiria uma fonte de renda. A capacitação à distância bem como o cadastro de profissionais habilitados também poderia ser feito pelo poder municipal visto que o mesmo minimizará as perdas com a queda de arrecadação do ISSQN.
  3. Cadastrar todos os profissionais de entrega e capacitá-los para minimizar os riscos decorrentes das mesmas. Poderia novamente haver no sítio da prefeitura informações sobre os profissionais devidamente capacitados (nome, telefone, valor da cobrança por entrega), e a prefeitura serviria como um elo de ligação entre as empresas e estes profissionais.

Penso que com essas simples medidas o poder público poderia contribuir para minimizar os efeitos dessa epidemia. Obviamente que algumas podem não ser tão efetivas, mas com certeza é melhor do que a inação, sob o ponto de vista econômico, apresentada até o momento pela maioria dos novos governantes.

Bruno Rodrigo Mendes CFP®, graduado em Administração de Empresas, pós-graduando em Investimentos e Private Banking pela IBMEC, planejador financeiro certificado pelo IBCPF.

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