Nossa Palavra – Tentando se redimir

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Uma análise sucinta dos primeiros dois anos de mandato do atual chefe do Executivo mostra a priori que Vanderlei José Mársico não tem tino suficiente para tapinhas nas costas. Não faz agrados com baba-ovos e nem com lambe-botas. Entretanto – sua personalidade é única – não admite ser contrariado. Os leitores observaram isso quando do projeto da demissão voluntária (PDV). Ao ter seu programa negado pela Câmara de Vereadores, o alcaide foi surpreendido por ele mesmo a beira de um ataque de nervos. Sobrou até para o líder do prefeito no Legislativo. O chefe do Executivo não teve pejo de mandá-lo apresentar um projeto melhor se não tivesse gostado. Não foi esta a primeira vez e, com certeza, não será a última. Mársico está sempre na base do vento a favor. Se tiver que remar contra a maré, ele desiste dos projetos em pauta. Infelizmente, o alcaide é de pouca conversa e não é de levar desaforo para casa. O prefeito está prometendo 4% no dissídio coletivo da categoria, mas o sindicato solicita um pouco acima dos 5% para os servidores públicos municipais (que é o índice oficial da inflação no período). A administração atual, porém, não arreda pé e, sejamos realistas, não custa o prefeito abrir mão dos índices oficiais. Os sindicalistas não estão equivocados: o funcionalismo municipal só perdeu nos últimos anos. Perdeu cartão alimentação, perdeu agora até as horas extras. Apanhou mais que amendoim em boca de banguela.
Não duvidamos, contudo, das boas intenções do burgomestre. Ao tentar implantar um sistema de iniciativa privada na empresa pública, Mársico – feito um “João Doria do Interior” erra ao colocar os pingos nos is. Enquanto a capital paulista “nada” em grana nas burras públicas, em Taquaritinga o cobertor é curto e nem mesmo cobre até o joelho sua população. Somos um Município bem pobre, sabemos disso. Não adianta comer repolho para arrotar peru. Mársico teve uma experiência amarga com os precatórios da empresa Colombo S/A. Tomara que não os tenha com a Empresa Stéfani S/A, cujo maior adversário encontrou no vereador Rodrigo de Pietro. Não tenhamos dúvida, todavia, que a chamada “Cidade Administrativa” ficará bonita de se ver. O alcaide, como costumam dizer seus assessores mais próximos, não realiza obras feias ou inacabadas. Mas de ações chiques, o inferno está cheio, já provaram administradores anteriores.
Como se fosse uma lâmpada de Aladim, a palavra-chave do gestor público não é mais “Shazan!”. Nem tudo se transforma mais sob um toque de varinha de condão. Sob a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), poucas obras resistiriam a uma análise sucinta do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Dizem as más-línguas que o funcionalismo municipal não está nadica de nada satisfeito com Mársico. Todas as cidades, por assim dizer, têm suas pendências com o Poder Executivo. Exemplo claro disso é Ribeirão Preto, agora com Duarte Nogueira e, mais ainda, com Catanduva, cujo prefeito acaba de ser cassado pela própria Câmara de Vereadores. Ainda não chegamos aqui a este pé da questão. A Cidade é suficientemente responsável para não cair nesse imbróglio que pode levar o Município a bancarrota. Façamos valer o dístico de nosso brasão de armas: um só coração! Afinal, nós te queremos assim bem forte! Ao se redimir perante os servidores municipais, o prefeito Vanderlei deve uma enxurrada de desculpas ao funcionalismo. Pelo que já perderam e pelo que ainda vão perder. Não se admite mais revanchismo de nenhum dos lados. Taquaritinga tem que parar com essa briguinha política boba. Situação e oposição devem digladiar somente nas eleições municipais. Fora isso, é bola pra frente!

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