São Carlos: USP produz extrato à base de açafrão que mata larva do Aedes aegypti em 3 horas

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Substância não agride o meio ambiente e pode ser mais eficaz que larvicidas convencionais. Pesquisa foi financiada pelo Ministério da Saúde que estuda uso da sustância contra a dengue.

Pesquisadores do Instituto de Física (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos (SP) criaram um extrato a partir do açafrão da terra, também conhecido como cúrcuma, que mata em 3 horas a larva do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras doenças.

A curcumina, que dá cor ao açafrão, foi sintetizada em um extrato bem concentrado que reage em contato com o sol.

“Após as larvas comerem a curcumina, em contato com o oxigênio presente no ambiente e uma iluminação, ocorre uma reação de dentro para fora, destruindo essas larvas”, explicou a pesquisadora do IFSC/USP Natália Inada.

O extrato tem aplicação simples. É só misturar o pó com um pouco de água e aplicar nos locais que podem servir de criadouro do mosquito, como pratos de plantas e pneus. As larvas estarão mortas em, no máximo, 48 horas. Os testes foram feitos em quintais de seis casas de São Carlos por três meses.

Segundo os pesquisadores, a substância não agride o meio ambiente e pode ser mais eficaz que os larvicidas convencionais.

“Os inseticidas vão causar resistência nas larvas. As que sobreviverem, podem se reproduzir, virar o mosquito. A curcumina pode ser eficaz para eliminar essas larvas de vetores”, afirmou a pesquisadora em biotecnologia Larissa Marila.

A pesquisa teve financiamento do Ministério da Saúde, que aguarda a sua finalização para avaliar a possibilidade de liberar a substância para o controle da dengue.

Os pesquisadores estão reunindo documentos pra encaminhar, ainda no primeiro semestre, para os órgãos competentes como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para a aprovação do uso da substância no sistema público de saúde.

“Nós estamos trabalhando em convênio com empresas para produzir essa substância em alta quantidade, porque os métodos tradicionais não estão sendo capazes de segurar essa grande avalanche de problemas que um mosquitinho está causando na sociedade brasileira”, afirmou o pesquisador do IFSC, Vanderlei Bagnato.

Fonte: EPTV

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