Nossa Palavra – Dos males, o menor

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Nesta semana, a Associação Comercial e Industrial (ACIT) de Taquaritinga abrigou conferência que tratou de segurança pública e violência na sociedade. Infelizmente, nossa Cidade está inserida no contexto e tanto o comando da Polícia Militar (PM) quanto a diretoria da ACIT procuram soluções. Apesar de o problema ter raízes sociais, o desajuste familiar tem larga parcela de culpa no Cartório. Sem pais que orientem os filhos (quase sempre a tarefa é deixada para os professores), menores de idade ficam perambulando pelas ruas, ao deus-dará.
O primeiro contato com entorpecentes é a porta aberta para o crime. Em vez de conter a rebeldia juvenil, no seu devido tempo, o que se vê é que a entrada em atos ilícitos tem a idade cada vez mais reduzida. Menores em média com 12 anos de idade já usam drogas e meninas engravidam a bel prazer. E uma amarga constatação: o sexo feminino bebe e fuma desbragadamente, bem mais que os rapazes. Menores de idade, de ambos os sexos, atendem aos caprichos dos traficantes e bandidos travestidos de ovelhas, entram em organizações criminosas por simples curiosidade ou apenas para bancar um status de ostentação. Aí é que entra o problema social: cansado da vida de pobreza, onde as migalhas de pão são disputadas no chão batido dos barracos, a criança se torna presa fácil de adultos carregados de correntes e pulseiras de ouro. O menino pobre da periferia se vê, de uma hora para outra, inserido nas colunas sociais da revista Caras, com possantes automóveis, belas mulheres e litros e mais litros de uísque escocês. Não percebem que servem de mulas, laranjas e o escambau a quatro para os líderes do tráfico.
A delinquência infantil está crescendo numa espiral inflacionária dentro das próprias escolas, como se vê. O mundo das drogas, todavia, tem um papel preponderante no que está acontecendo com nossas crianças, que até então, antes da difusão dos entorpecentes, praticavam maldades “puras”, quase brincadeiras. Na época da vovó, por exemplo, se dizia que o melhor lugar para o jovem era a escola. Hoje não é mais. Alunos brigam por conta de noivas e namorados, ofendem professores e professoras, vão armados às aulas (muitas vezes até consomem drogas no pátio dos estabelecimentos de ensino), isso quando maníacos terroristas não resolvem metralhar inocentes em nome do fanatismo religioso. Agora que o capitão-presidente da República vem abrindo espaço para o ensino em casa, convenhamos que a futura opção dos pais deve ser metodicamente analisada. Da maneira como a violência campeia no país, não podemos arredar pé, doravante, da educação domiciliar. E lembrar, definitivamente, que educação vem do berço.
Os mestres ensinam, mas educação é responsabilidade do pai e da mãe. Como a atual geração já está comprometida, resta somente iniciar hoje a geração do futuro. Uma nova geração calcada nos valores éticos, morais e cívicos, que tanta falta fez aos moços de agora. Ser patriota não significa ser careta, de direita, conservador. É o amor ao seu país, é amar os símbolos nacionais. O resto é somente conversa para boi dormir, conversa para inglês ouvir.

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