Sarampo: nascidos até 2000 podem ter tomado só 1 dose da vacina

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Antes dessa data, vacina era ministrada no Brasil em dose única, o que confere proteção de apenas 70%; OMS recomenda duas doses da vacina.

O pediatra Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) explica que, antes dessa data, o imunizante no país era ministrado em uma única dose, aos 9 meses de vida. Só a partir do ano 2000 foi estabelecido pelo Ministério da Saúde duas doses da vacina após 1 ano de idade.

Segundo ele, antes de 1 ano, a vacina sofria interferência dos anticorpos da mãe.

“A vacina utilizada era a monovalente, aplicada apenas em uma dose. A proteção era de cerca de 70%. A trivalente, utilizada hoje, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, oferece em torno de 97% de proteção após a segunda dose”, explica.

A OMS recomenda duas doses de vacina, ressaltando que apenas 67% da população mundial tomou a segunda dose. “Pessoas que nasceram nos anos 1970, 1980 e 1990 devem verificiar sua carteira de vacinação para conferir se receberam duas doses da vacina contra o sarampo após 1 ano de vida. Caso tenham tomado apenas uma dose, devem tomar a segunda”, afirma.

“Pessoas com mais de 60 anos, teoricamente, tiveram sarampo na infância, pois era uma doença altamente prevalente, e não precisam desse reforço”, completa.

Juarez afirma que a vacina contra o sarampo pode aparecer em carteiras de vacinação como TV (trivalente), DV (dupla viral) ou MMR (sigla em inglês). “Existiam várias formas de registro, o que atrapalha nessa verificação”.

A vacina trivalente está disponível de forma gratuita na rede pública em duas doses para pessoas até 29 anos e em dose única para aquelas entre 30 e 49 anos. “Essa é a recomendação do Ministério da Saúde. Já a Sociedade Brasileira de Imunizações orienta duas doses a qualquer pessoa, independentemente da idade”, diz.

Em casos de perda da carteira de vacinação, que impossibilita a checagem das doses de vacina tomadas durante a vida, o médico orienta que sejam ministrados duas doses do imunizante. “Não há problema tomar uma dose a mais, caso já tenha tomado. Melhor tomar a mais do que a menos”, explica.

Embora muitos casos da doença no Brasil tenham sido registrados como “importados” de outros países, o vírus do sarampo é universal – o mesmo no mundo todo. Portanto, a vacina funciona, também, de forma universal.

O médico destaca a importância da segunda dose, principalmente para quem vai viajar ao exterior. “No momento, o sarampo é uma emergência de saúde pública. Há 170 países que registram a doença atualmente, mesmo existindo uma vacina segura e eficaz, gratuita e disponível na rede pública”, afirma.

Fonte: Agência Brasil

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