Artigo: Adeus Vossa Excelência e Doutor!

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Por: Rogério Vaz de Oliveira*

Na semana que completou 100 dias de governo, o presidente Jair Bolsonaro assinou vários decretos, um em especial muito curioso, o que determina o uso dos pronomes de tratamento “Senhor” e “Senhora” para o tratamento de autoridades, inclusive em cerimônias. Vedando o uso de pronomes ou formas de tratamento como “Vossa Excelência” e “Doutor”, “ressalvados os casos em que haja previsão legal ou exigência de outros Poderes e entes federados”. A justificativa do governo é promover a desburocratização no tratamento e de eliminar barreiras que criam distinção entre agentes públicos”. O decreto também exclui da regra as comunicações com autoridades estrangeiras e organismos internacionais.

Após ler este decreto, assaltou-me a mente a seguinte pergunta – O que de prático e efetivo irá resultar tal determinação? A mudança nas formas de tratamento protocolar irão acelerar o crescimento do pais? Qual será o impacto na economia, segurança e na saúde?

Creio que na educação, os professores terão mais trabalho para “revisar” as aulas que tratem destes vocativos, que estão sendo melhor demitidos por decreto.

A língua e a gramática são resultados do caldeirão cultural de um povo, e com o passar do tempo algumas palavras desaparecem e outras surgem, é a Teoria Evolucionista de Darwin da gramática. Outro canetaço federal conhecido, foi a obrigatoriedade de usar o termo “Presidenta”, lembro que na época houveram choros, lamentações e muitos até se apaixonaram pelo termo.

“Presidenta” pode soar estranho quando escutamos, porém não está incorreto. A regra em português estabelece que palavras com os sufixos -ente, -ante e -inte são neutras, ou seja, não têm gênero, e podem ser usadas no masculino e no feminino, o que fez com o uso de presidente para mulheres fosse sempre o mais frequente. Como forma de enaltecer a presença feminina na política, espaço ainda muito pouco ocupado pelas mulheres, passou-se a usar Presidenta.

A esperança é na mudança para melhor. Pode-se até dispensar vocativos pomposos como “Excelências”, “Doutores”, “Meritíssimos”, “Magníficos”, e utilizar o “Senhor”. Porém que ajam como “Senhores” de seus deveres em conduzir o Brasil a um patamar de solidez econômica, social e política.

Desejamos um Brasil com menos violência, mais educação e atendimento de saúde com qualidade. Vamos dar Adeus a Vossas Excelências e Doutores, para ficarmos com os “Senhores” do Destino de um pais Justo e Igualitário!

 

*Rogério Vaz de Oliveira é Relações Pública; – [email protected]

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