E agora, prefeito? Terminou nesta semana prazo dado pela Justiça para que servidores retornem a suas funções

Compartilhe esta notícia:

O prefeito de Taquaritinga, empresário Vanderlei José Mársico, tinha prazo até ontem (quinta-feira, dia 4) para retornar às suas legítimas funções os cerca de 400 servidores que há pelo menos 20 anos estão desviados de seus cargos, ocupando outros setores administrativos. A determinação foi do Tribunal de Justiça do Estado, através da seção de Direito Público, que inicialmente concedia 180 dias para que o chefe do Executivo tomasse as providências de praxe. Todavia, o prefeito em vez de “correr atrás do prejuízo” ingressou na Justiça para reverter o quadro. Tentou, mas não conseguiu e foi condenado em segunda instância. Agora, o Poder Executivo teve apenas dez dias para conversar com procuradores e funcionários da Municipalidade e foi um deus nos acuda.

Enquanto várias reuniões eram feitas nesta semana nos departamentos municipais buscando encaixar cada funcionário no seu devido lugar, a apreensão aumentava entre os servidores (que já sofreram tantas perdas nos últimos anos). O Sindicato dos Servidores, presidido por Maria Angélica Tiossi Boer, entrou no assunto até um pouco depois do chefe do Executivo – que ficou aguardando uma decisão favorável do Tribunal de Justiça do Estado. Em vão. A lei foi implacável com todos. Ou cumpre ou o prefeito terá de pagar do próprio bolso uma multa diária de R$ 1 mil sobre cada caso individualizado de desvio de função, diariamente e sem limite máximo. E pior ainda: se não for cumprida fielmente a decisão judicial o prefeito Vanderlei Mársico poderá ser afastado por improbidade administrativa. A Justiça não está para brincadeiras.

Foto: Gabriel Bagliotti / O Defensor

Mesmo com tantos problemas (agora também se juntou um pretenso encerramento de atividades no Grupo da Terceira Idade “Florescer”), assessores do chefe do Executivo juram de pés juntos que a administração Mársico/Coelho da Rocha conseguirá driblar os empecilhos e iniciar 2020 com um novo alvorecer. Não será fácil. Obras continuam paralisadas na Cidade (o Centro Dia do Idoso, por exemplo, vai funcionar quando?), outras prometidas nem foram iniciadas. E já se foram mais de dois anos do atual governo municipal. Promessas de campanha não foram cumpridas (como foi o caso do Cartão Alimentação) e outras foram somadas: o fim das seis horas de jornada, retorno dos servidores em desvio de função, término do prédio do Cine São Pedro e brigas infinitas e insolúveis entre Câmara e Executivo.

Sem funcionários em determinados cargos da Prefeitura, Mársico se vê agora em palpos de aranha. É o caso, por exemplo, dos motoristas. Sem a quantidade suficiente, o chefe do Executivo teve que dar prioridade a setores específicos: entre o transporte de alunos e a coleta de galhos, o alcaide priorizou o transporte de alunos. A situação é extremamente delicada.

A função do Legislativo – Como não houve nesta semana reunião da Câmara de Taquaritinga (a sessão ordinária vai ser na próxima segunda-feira, dia 8) para debater os assuntos, a questão das oito horas e do desvio de função ficaram esquecidos na lembrança da população e devem ser reavivadas pelos edis – principalmente agora com o retorno do ex-presidente da Câmara, vereador Rodrigo de Pietro às atividades. Assuntos não faltam: taxa de sinistro no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e o propalado fechamento da base dos bombeiros no Município, o retorno dos desvios de função e outros. Cabe ao Legislativo taquaritinguense, agora encabeçado pelo vereador José Roberto (Beto) Girotto, fazer a ligação entre o Executivo e a população, como realizou ontem (quinta-feira, dia 4) entre o Corpo de Bombeiros, Câmara Municipal e setores consideráveis da população. Caso contrário, a Cidade padecerá.

Compartilhe esta notícia: