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Sempre que acontece uma tragédia (como a que ocorreu nos últimos tempos, com três mortes horríveis em menos de cinco dias na linha férrea da antiga Fepasa, em Taquaritinga, por causas inexplicáveis) aparecem os “filófosos” de plantão com suas considerações sobre o âmago das pessoas humanas e o que fazer para consertar a situação.
Há os que defenderam uma passagem de nível (subterrânea) sob os trilhos do trem e outros a erradicação inclusive dos próprios trilhos (lembrando a piada do marido traído que surpreendeu a esposa com outro no sofá e mandou vender o sofá). Não é o caso, por exemplo, das três tragédias que abalaram Taquaritinga nos dias que passaram.
Pelo menos nos ocorridos – e essa versão deve ser confirmada pela Polícia, que investiga os fatos com detalhes esmiuçados – tudo corrobora para gesto tresloucado de suicídio, quando muito a vítima foi empurrada por alguém ou caiu nos trilhos por assim dizer, mas isso é questão que a polícia científica está apurando e deve apresentar conclusões rápidas.
O problema agora é em relação a passarela que, além da Vila São Sebastião, também existe no Complexo Santa Cruz (que abrange a antiga CECAP). É que existe no Município uma cultura que privilegia a travessia natural das avenidas em detrimento das passarelas, não se sabe bem ao certo. A verdade é que nem adultos nem crianças andam pela passarela.
A situação foi tanta que virou até pilhéria, com um determinado diretor de trânsito (já saudoso) pintando uma faixa de pedestre por sob a passarela. Brincadeira à parte, o assunto é sério e deve ser estudado (sem filosofia) pelas autoridades municipais. Nesse ínterim, o assunto deve ser tratado menos pelo lado material do que o lado espiritual. Esse é o lado que devemos nos ater: a espiritualidade que aí está enraizada.
Infelizmente, outros dois compassos que seguem esta dança passam ao léu da sociedade: o tráfico de drogas e a ingestão de bebidas alcoólicas. Poucos se arvoram em discutir esses dois temas. Esbarram no receio de serem tascados pelo rótulo escachado do vício. Mas não pode deixar de sê-lo. É mais uma matéria de saúde pública do que de polícia nas ruas. Preferimos colocar a polícia nas ruas. Ou vender o sofá, como na piada infame. Os dois barracões existentes à beira dos trilhos desde a antiga Fepasa hoje se transformaram em verdadeira “cracolândia”.
A morte dos usuários de drogas (principalmente o crack, que é destruidor por natureza) é inevitável. Nem sempre é assim, todavia. Pessoas existem que praticam o suicídio por desilusão amorosa, familiar ou até mesmo profissional, mas a prevenção não faz mal para ninguém. Sempre é bom prevenir, mormente nos dias tormentosos em que vivemos.
Em comparação ao tamanho da Cidade, Taquaritinga tem um índice altíssimo de suicídios e diversos motivos podem ser apontados: desde o simples lazer e divertimento até a falta de emprego – agora autoridades municipais parecem se preocupar com o tema. Mas outras questões devem ser encaixadas: a das drogas e bebidas alcoólicas, por exemplo.
De qualquer modo, as três tragédias que abalaram a Cidade, duas delas envolvendo famílias tradicionais e benquistas no Município, deixaram deveras entristecida grande parte da população. E preocupada também, já que é um assunto que geralmente é abafado em vez de ser discutido de forma transparente e debatido de modo democrático para ser solucionado. E colocar os pingos nos is e mostrar a verdade nua e crua.

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