Educação: crise financeira afeta vestibulares da Unesp

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A instituição afirma que a “principal motivação é acadêmica” e que a “economia de recursos é só uma decorrência”.

Devido ao agravamento da crise financeira, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) decidiu suspender o vestibular de meio de ano, após 18 edições. Segundo a reitoria, houve prejuízo de R$ 1 milhão nos últimos cinco anos com a prova e a baixa oferta de vagas não justifica a oferta do processo seletivo extra.

A universidade diz ter negociado a antecipação de R$ 130 milhões de repasses do governo estadual para honrar seus compromissos. Procurada, a gestão João Doria (PSDB) afirma que estuda antecipar recursos.

A Unesp apresenta a pior situação financeira entre as universidades paulistas, com déficit orçamentário que ultrapassa R$ 245 milhões e o atraso de quase dois meses do pagamento do 13º salário dos servidores. No ano passado, a reitoria apresentou um plano de reestruturação acadêmica e administrativa para reduzir custos. Além de extinguir o vestibular de meio de ano, também estuda fechar cursos de graduação com baixa procura.

Nos últimos três anos, segundo a reitoria, o número de candidatos para o vestibular de meio de ano teve queda de 24%. Foram 13.763 inscritos em 2016 e 10.448, no ano passado. A queda de participantes aumentou o custo da prova por candidato, já que a Unesp tinha que manter os “mesmos esforços de logística, operação e segurança” da prova de fim de ano, o que teria gerado um prejuízo estimado em R$ 1 milhão para a instituição nos últimos cinco anos. Segundo a reitoria, enquanto o custo por candidato no vestibular de fim de ano é de cerca de R$ 1,1 mil, no de meio de ano é de R$ 4 mil.

Segundo o conselho, essas 360 vagas serão ofertadas no processo seletivo, agora unificado, do fim de ano, sem prejuízo aos candidatos. Apesar do anúncio da medida, a Unesp diz que ainda não definiu se os aprovados começam a frequentar as aulas em fevereiro, como os demais, ou só em agosto. “Essa definição ocorrerá no momento de definir as regras do próximo vestibular, diz a nota da reitoria.

A universidade diz que a mudança não foi motivada apenas pela economia de recurso, que seria apenas uma “decorrência” da extinção do vestibular. “Tal medida faz parte de um movimento maior de rediscussão do nosso vestibular, por meio do qual estamos concebendo novas formas alternativas de ingresso”, diz a reitoria. “Esse movimento de reorganização era necessário, já vinha ocorrendo e ainda será aprofundado”, diz a nota, sem detalhar as novas medidas.

A Unesp era a única universidade paulista a ter dois vestibulares, a edição de meio de ano foi criada em 2001, para preencher vagas de novos cursos no campus de Ilha Solteira. Dois anos depois, o exame acolheu cursos de novas unidades dos campus de Bauru, Registro, São João da Boa Vista e Sorocaba.

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