Nossa Palavra: O civismo que faltou

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Há décadas as crianças das escolas numa semana como esta – que orgulhosamente chamavam de Semana da Pátria – usavam uma fitinha verde e amarela espetada na lapela do uniforme. A pira permanecia acesa a semana inteira no Altar da Pátria, que ficava onde hoje é o Instituto Taquaritinguense de Ensino Superior (ITES), sob a vigilância severa de um atirador do Tiro de Guerra (TG).

No início da manhã, o professor Arnaldo Ruy Pastore utilizava os rituais cívicos para orientar o hasteamento das bandeiras. Todos os estudantes participavam e cantavam o Hino a Taquaritinga e o Brasileiro com a mão direita, invariavelmente, sobre o coração. A Moral fazia parte do currículo escolar e também a Religião. Não vamos discutir, aqui e agora, o que era certo ou errado.

Os tempos, contudo, mudaram e a lição de casa sobre Civismo deixou de ser feita há muito tempo e o Pai-Nosso de ser rezado na entrada das salas de aula. Ali havia um crucifixo, simbolizando o Cristianismo, que pairava sobre as cabeças dos alunos. Principalmente nas grandes cidades, eles foram substituídos pelo som das metralhadoras. Mas não vamos ser sensacionalistas e muito menos hipócritas.

O realismo nos submete ao submundo: não nos escapa a violência, a barbárie e a selvageria em que nos chafurdamos como no mais horrendo dos lamaçais. Entretanto, pensamos nós, não é com mais violência que vamos combater a violência. Não será distribuindo armas de fogo aos cidadãos que vamos fazer o bem prevalecer sobre o mal. Os tempos do Velho Testamento se foram: não mais o olho por olho, tampouco o dente por dente. Assim como faz falta um tanto de religião ao povo, também o povo (mormente os adolescentes) está carente de moral e civismo.

Infelizmente, o golpe civil-militar de 64, que interrompeu a caminhada democrática do país, “confundiu” principalmente as chamadas esquerdas tupiniquins (sempre tão confusas nos momentos cruciais). Falar bem do Brasil virou sinônimo de execração e amar os símbolos nacionais é motivo de deboche. Ao contrário, todavia, as nações mais civilizadas são as que mais amam sua bandeira, seu hino e seu brasão. Lamentável que façamos essa confusão entre nós. Amar o Brasil não tem nada a ver com a ditadura que foi implantada no país pelos generais.

Temos sim que amar o país em que nascemos e, de uma forma definitiva, lutar para extirpar do Brasil aqueles que buscam regimes opressores e obscuros. A frase que nos representa “Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil” deve ser taxativa para o futuro de nossas crianças e por ela devemos bradar. Saibamos cantar em plenos pulmões desde o Hino da Independência até o Hino da República e não nos iludamos com conversa fiada daqueles que procuram o “quanto pior melhor” como aves de rapina que agouram o alvorecer de novo tempo.

Nesta sexta-feira (dia 7) quando comemoramos a independência (que ainda é miúda porque recente) que votemos nossos olhos para a Pátria que ainda não alcançou sua independência econômica, que é dependente dos grandes países, mas que tem no sangue a garra dos negros, a bondade dos indígenas e a mistura das raças que batizaram o Brasil. O civismo que nos norteia é que acelera nosso crescimento. Somos uma nação que avança!

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