Nossa Palavra: É preciso ter equilíbrio

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Este O Defensor acompanhou sábado, nas ondas da emissora de propriedade do prefeito municipal, com relativo discernimento, o quase desabafo do alcaide quanto aos seus desafetos políticos e administrativos que remexem nas redes sociais e circulam nos bastidores da Câmara de Vereadores. Ao misturar tudo na caixinha de surpresas que éo omelete de siglas e opiniões que se transformou a sede do Legislativo o chefe do Executivo, todavia, esquece de separar o joio do trigo e despeja tudo no terreno pessoal, prometendo castigos severos para quem ousa discordar de suas intempéries governistas.

Longe de pensar no particular, o mandatário deve pensar sim no coletivo. Não duvidamos, jamais, das boas intenções do prefeito Vanderlei e sabemos dos propósitos ilibados que sempre nortearam sua família. Ele, a exemplo de seu pai Romeu, sempre foram um norte a ser seguido na sociedade taquaritinguense. Isso, contudo, não interfere no seu modo de governar, com forte cunho personalista e extremamente perfeccionista, o que na iniciativa privada até que tem sua dose positiva. Entendemos o quão difícil é para um empresário moderno e futurista como Vanderlei Mársico  ter que conviver com picuinhas e fuxicos de compadres, mas é o preço implacável que ele paga para ter suas vaidades políticas satisfeitas. Como burgomestre, porém, ele deve separar os ataques grosseiros que sofre (e somos prova latente de que sofre mesmo) das críticas construtivas que recebe. Pedimos calma ao senhor prefeito, que erra ao jogar no mesmo saco de batatas podres também pessoas que só querem ajudar na construção de uma cidade melhor e mais progressista. Erra ao tachar de “viúvas” da administração passada colocando no mesmo patamar correligionários de Tato Nunes e do próprio Paulo Delgado com ex-secretários de Fúlvio Zuppani.

Está errado o atual prefeito municipal quando brada aos quatro cantos, verborragicamente, que a imprensa (essa mesma que o prefeito acusa de estar atrapalhando o seu governo) nunca disse nada sobre os desmandos da administração passada. Jornais e rádios foram críticos sim, quase implacáveis contra o governo Fúlvio Zuppani – até agora alguns vereadores não deixam de alfinetá-lo.

Quando é criticado pela compra do prédio da antiga Stéfani é que algumas pessoas entendem que a compra, naquele momento, não era prioridade. O montante deveria ser gasto em outros setores tão ou mais carentes do município. O mesmo motivo se deu com a construção da fonte luminosa na Paulo Scandar, ornamentada por golfinhos esguichando jatos d’água, que ficou muito bonita, mas já sofre problemas em seu funcionamento. Independente da beleza da obra, entretanto, setores da população entendem que os recursos ficariam melhor aplicados se o fossem em outros departamentos. É importante para o homem público saber ouvir sua gente e não confundir alhos com bugalhos, como tem acontecido. Se o chefe do Executivo não fizesse de seu cargo uma espada de Dâmocles, sempre ameaçadora, sobre setores da imprensa que se pautam pela cobrança das promessas de campanha, acreditamos que a cidade estaria mais unida do que está. Afinal, seria muito monótono se todos gostassem do verde, é preciso também gostar do preto e branco, mesmo que o alcaide deteste essa mistura de cor.

O prefeito tem que aprender a conviver com os contrários, as diversidades que sempre existem como antítese para formar a tese. Quando a cidade conseguir formar uma unidade na diversidade, estará apta a galgar os degraus do progresso e do desenvolvimento. Hoje, o importante é crescer e não inchar, se transformar em cidade-dormitório. Não nos convém ser apenas uma cidade de aposentados, queremos ser uma cidade do futuro.

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