Câmara celebra o sesquicentenário de Taquaritinga

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Evento contou com música, teatro e homenagens.

Lembranças da história deram o tom da sessão solene da Câmara em comemoração aos 150 anos de fundação de Taquaritinga. Com música e teatro, o evento foi realizado na noite de sexta-feira, 28 de junho, data em que, no ano de 1868, foram doados os 64 alqueires iniciais a “São Sebastião dos Coqueiros”, primeira denominação do município.

Dez instituições, dentre as mais antigas, receberam o Diploma do Jubileu: Prefeitura Municipal, Loja Maçônica Líbero Badaró, Santa Casa de Misericórdia, Comarca (Poder Judiciário), Paróquia São Sebastião, Sociedade de São Vicente de Paulo, Igreja Presbiteriana, Associação Espírita Jesus de Nazareth, Escola Municipal de Educação Básica Domingues da Silva e Clube Atlético Taquaritinga.

Enquanto seus diretores eram chamados ao plenário, um pequeno resumo histórico sobre cada uma delas foi lido. Convidado para falar em nome das instituições, o presidente da Santa Casa, Dr. Sidnei Sudano, também fez referências sobre a trajetória de cada uma delas, lembrando a importância do papel que desempenham em seus setores de atuação:

“Não são poucas as dificuldades que uma instituição, de qualquer setor da atividade humana, enfrenta. A essas dificuldades preferimos chamar de desafios. Cada desafio superado é uma vitória. Sobreviver às intempéries, às mudanças, à burocracia significa suplantar problemas para nós que atuamos diretamente com a população, de todas as classes sociais, com especial atenção às mais carentes. Nosso país atravessa uma fase complicada de sua história, mas com certeza não é a pior nem será ela que destruirá nossa esperança. Podemos imaginar como foi difícil para os pioneiros, aqueles que nos precederam na criação das entidades que atualmente temos o compromisso de dirigir. Eles não esmoreceram, não deixaram se abater por adversidades”, enfatizou. “As entidades aqui homenageadas nesta noite, assim como muitas outras com décadas de trabalho prestado, são importantíssimas para a nossa sociedade. O chamado terceiro setor atualmente é um parceiro do poder público, operando serviços complexos. Imagine se a União, o Estado ou o Município tivessem de assumir, com todos os seus servidores, essas entidades. Certamente, não seria possível num país de dimensões continentais com o Brasil”, concluiu.

O vereador Juninho Previdelli fez a acolhida e falou sobre a data. “Uma atitude altruísta, a doação das terras, está no germe de nossa criação como município. Vejam os senhores e as senhoras a diferença que faz a união de esforços em prol da coletividade, as atitudes que de fato nascem do coração. Cada um de nós pôde colaborar para que chegássemos até aqui”, afirmou.

O vereador também destacou o papel dos que ajudam a contar a história da cidade, pedindo uma salva de palmas: “Lembro do saudoso mestre José Romanelli, servidor público que salvou da incineração documentos históricos importantes. Seu trabalho facilitou a missão de outros nobres guardiões da história, como os professores Arnaldo Ruy Pastore, Dr. Hamilton Roberto Aiello, Milve Peria e Luiz Carlos Beduschi”. Aiello, diretor-presidente do jornal “Cidade de Taquaritinga”, estava presente na sessão.

Também dando a honra de sua presença, o conselheiro do Tribunal de Contas Dr. Dimas Eduardo Ramalho fez um discurso pontuado de emoções. “Saí de Taquaritinga aos 18 anos. Toda vez que venho para cá nunca sei se estou chegando ou estou voltando. A sensação é de nunca ter saído daqui, apesar de tanto tempo”, disse ele, que deixou uma mensagem de otimismo: “Nesse momento do nosso país, o que mais se prega é o desânimo, é o desalento. As pessoas me perguntam ‘o que vai ser do nosso país, dos nossos filhos?’. Vim aqui para dizer que comemorar 150 anos de uma cidade já mostra o que vai ser da nossa vida. Quando nossos antepassados vieram para cá – avós, bisavós e os que vieram depois – não encontraram vida fácil. Grande parte veio de outro país e não tinha tempo nem para chorar, porque tinha família grande, tinha de cuidar da terra, cuidar do filho… Muitos morreram pensando em voltar para a pátria-mãe. Mas a pátria-mãe é o Brasil, é Taquaritinga. Todos nós temos uma história comum, de dificuldade, de luta. A história se constrói com a força de todas as pessoas”.

A deputada estadual Beth Sahão, de Catanduva, falou sobre sua relação com Taquaritinga e a construção da identidade local: “Quero cumprimentar os cidadãos. O que constrói o município é a dedicação de sua gente, é o esforço de sua população. Taquaritinga é uma cidade que se destaca muito, principalmente do ponto de vista cultural”, observou.

Último a discursar, o prefeito Vanderlei Mársico disse “reconhecer a contribuição de cada político que por aqui passou, cada prefeito, cada vereador. Precisamos construir uma Taquaritinga progressista, que a gente consiga levá-la cada dia mais à frente, porque o nosso maior patrimônio é população. Não fosse Bernardino Sampaio mais 18 pessoas se juntar e dizer aqui vai ser São Sebastião dos Coqueiros, não existiria Taquaritinga. Então, a diferença está no ser humano, na união. É o apelo que eu faço: que a gente se una em prol da nossa cidade”.

Música e teatro – Apresentações artísticas, especialmente preparadas para a solenidade, garantiram entretenimento e cultura para o público presente. Os cantores Marcela Oliveira e Anderson Fernandes, além do Hino Nacional, interpretaram as músicas “Time of my life”, sucesso dos anos 80, e “Amigos para sempre”. A canção internacional contou com coreografia dos bailarinos Karine Dalpian e Igor Parolezi.

A sessão teve ainda uma peça teatral, em literatura de cordel, encenada pelos estudantes de artes cênicas Vivian Sudano e Kevin Alan, além do menino Davi Luca, com texto de Nilton Morselli e direção de Casturina Lima. A peça enfocou passagens históricas e pitorescas que marcaram a passagem desse um século e meio de Taquaritinga.

Texto e fotos: AICMT

 

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