Tenor Jean William é insultado nas redes sociais por nome lembrar o de Jean Wyllys

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O paulista Jean William é um dos talentos promissores, atualmente, um dos grandes nomes da cena erudita brasileira. Apadrinhado pelo maestro João Carlos Martins, já cantou para o papa Francisco, para o príncipe Albert 2º de Mônaco, além de ter subido em importantes palcos da Europa e Estados Unidos, incluindo o famoso Avery Fisher Hall, no Lincoln Center, em Nova York.

Tão aclamado, ele só não esperava virar notícia por causa de política. Jean, por coincidência, usa um nome artístico semelhante ao do ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), desafeto do presidente Jair Bolsonaro que abandonou o cargo e o país após sofrer ameaças de morte na internet.

Os insultos, que já aconteciam, tomaram uma nova proporção e viraram avalanche há três anos, quando Wyllys cuspiu em Bolsonaro ao ser provocado pelo então parlamentar na votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Ainda hoje, anos depois, o músico é obrigado a se deparar com comentários dos mais agressivos em suas páginas. É chamado de comunista, abusador, apoiador de ditaduras, entre outras ofensas.

Em um episódio que ganhou manchetes no ano passado após as eleições, Jean foi pego de surpresa no Congresso quando, convidado para cantar o Hino Nacional na cerimônia de 30 anos da Constituição, ouviu o nome “Jean Silva” ser anunciado nos alto-falantes de Brasília.

Segundo a casa, a mudança era apenas parte do protocolo de apresentar convidados pelo primeiro e últimos nomes. Mas nos bastidores a conversa era outra: dito em voz alta, o nome Jean William poderia causar constrangimento em Jair Bolsonaro por aludir a Jean Wyllys, um de seus mais ferrenhos opositores.

“Eu realmente não sabia de nada. Foi um choque para mim. Fui convidado muito antes das eleições para fazer essa apresentação. Aí, no momento de ser apresentado, me deparei com meu nome sendo mudado”, relembra o tenor. “Foi uma surpresa total, assustador. Na hora, fiquei sem reação, mas não comento muito o assunto. Preferi deixá-lo morrer, porque é algo problemático”.

Jean William não conhece nem nunca se encontrou com Jean Wyllys, mas se compadece com o caso do ex-deputado, que hoje vive na Alemanha. O tenor se afirma apartidário e, preocupado com o extremismo político e os rumos do Brasil e do mundo, prefere mirar em valores democráticos.

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