Nossa Palavra – Bom Jornalismo

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Por ser dono de rádios (Cidade e Canal Um) e jornais (o antigo Tribuna), além da Intercanal, o prefeito Vanderlei Mársico deveria ter maior jogo de cintura no trato com os repórteres. Ainda mais agora, como chefe do Executivo, esperava-se do burgomestre uma aproximação ainda maior com o jornalismo da Cidade e região. Causou surpresa, todavia, o interesse do alcaide em usar somente as suas próprias emissoras para contra-atacar as críticas (e não são poucas) que recebe no comando da Municipalidade. Por ser dado às artes e às informações, talvez Mársico se tornasse um futuro “Assis Chateaubriand do interior”, mas não. Ele resolveu se chafurdar na política partidária (porque político todos o são) e deixou seus investimentos um tanto quanto de lado.
Com isso, se tornou prefeito de Taquaritinga com o pretenso sonho de transformá- la em megalópoles. Ledo engano: ao contrário do que fazia (e desfazia) em suas empresas particulares, na atividade pública o buraco é mais embaixo. Logo nas primeiras empreitadas, o chefe do Executivo meteu os pés pelas mãos. Comprou uma briga terrível com a imprensa independente (virou a cara até com a EPTV e com a TV Clube de Ribeirão Preto) e com as próprias emissoras da Cidade. Dos recentes prefeitos eleitos pelos taquaritinguenses, nenhum teve tanto apoio da mídia quanto o atual – o empresário Vanderlei Mársico. Este mesmo O Defensor que, desde a ascensão dos proprietários Mário Bagliotti (diretor comercial) e Gabriel Bagliotti (diretor de redação), imprimiu um novo conceito de independência e de transparência na imprensa da Cidade, fez questão de separar o joio do trigo e botar os pingos nos is de uma forma democrática e sem partidarismo. E assim foi feito no decorrer deste período de quase três anos de mandato do atual burgomestre. Nesse interregno, Mársico teve altos e baixos, algumas recaídas e até mesmo surtos de “quem manda sou eu”.
Entretanto, nenhum foi pior daquele que o contaminou no sábado da semana passada (dia 27), em seu programa “Taquaritinga Presta Contas” nas ondas sonoras da Canal Um FM. Na ânsia verborrágica de sair como vítima, o prefeito municipal se referiu desdenhosamente a este hebdomadário, insinuando mesmo que o órgão de imprensa “estava contando mentiras aos seus leitores”. Nada mais impróprio e descabido para este O Defensor que na sua história sempre primou pelos princípios da ética, da justiça e da fidelidade com Taquaritinga e seu povo. Não devemos permitir que o espelho da Verdade (que é o compromisso deste jornal) seja nublado pelas vaidades pessoais e esquisitices políticas. Ao contrário do que tenta empurrar goela abaixo dos munícipes o administrador de plantão, Taquaritinga é muito maior do que os delírios de um cargo passageiro. Quando o prefeito diz que a carruagem passa, enquanto os cães latem, nada mais faz do que repetir os tropeços verbais de sua oposição que ocorreram ainda nesta legislatura. Não somos cães raivosos e estamos plena e perfeitamente felizes com a cor que Deus nos deu – e que o alcaide repetiu a mão cheia para se referir a alguns de seus opositores. Quanto aos traidores que o chefe do Executivo tanto destrata não nos atinge, já que nunca estivemos no mesmo caminhão que Mársico.
Enfim, para terminar: que a assessoria do prefeito preste mais atenção no que ele fala, já que a dita entrevista que o deixou tão enraivecido não foram palavras deste O Defensor. Foram ditas (ipsis literis) pelo presidente da Câmara, vereador José Roberto (Beto) Girotto, inclusive em algumas reuniões legislativas. Este semanário tão somente cuidou de reproduzi-las, democrática e fielmente em respeito aos seus devotados leitores. Pelo menos, no mínimo, é isso que se espera de uma imprensa livre e responsável.

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