Bem-estar: No Brasil, um a cada quatro pacientes não trata o hipotireoidismo

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Diagnóstico inclui palpação da tireoide em consultório.

Falta de energia, sonolência, alterações repentinas de peso e humor e memória fraca podem indicar uma série de problemas de saúde. Mas, juntas, revelam uma doença comum, que, embora mereça atenção especial, ainda é negligenciada pelos brasileiros: o hipotireoidismo. Incidente em quase 8% da população, impacta o organismo como um todo. No entanto, 25% dos pacientes não fazem o tratamento adequado. A boa notícia é que basta um comprimido diário para levar uma vida normal.

Quase 70% dos casos da disfunção da tireoide são ocasionados por doença autoimune, ou seja, o organismo ataca a glândula localizada no pescoço, que, aos poucos, vai deixando de funcionar. Irreversível, o problema, que afeta mais mulheres que homens, requer tratamento definitivo, feito com reposição diária dos hormônios.

Pesquisa realizada recentemente entre os brasileiros mostrou que um quarto dos pacientes com hipotireoidismo não fazem o tratamento. Necessário para a correta absorção dos hormônios, o jejum de meia hora posterior à ingestão do remédio é apontado como principal empecilho.

Lembrado sobretudo neste mês, quando é realizada a campanha Junho Lilás, o Teste do Pezinho é o principal caminho para detectar a doença no recém-nascido. Realizado no Brasil desde a década de 1970, a partir da coleta de algumas gotas de sangue do calcanhar do bebê, o exame identifica imediatamente o funcionamento precário da glândula, em função do hipotireoidismo congênito.

Nas crianças, a deficiência, cuja frequência é de 1 para cada 2.500 nascidos vivos, leva ao cretinismo, desenvolvimento inadequado do cérebro que acarreta retardamento mental irreversível.

Além do hipotireoidismo, o exame, celebrado mundialmente no último dia 6, detecta, na forma simples, realizada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), outras cinco doenças. Um abaixo-assinado digital propõe um projeto de lei para estender o espectro de doenças identificadas na triagem.

As grávidas com hipotireoidismo também devem redobrar a atenção. O desenvolvimento dos órgãos do bebê, que ocorre nas primeiras 12 semanas de gestação, depende dos hormônios da tireoide produzidos pela mãe, já que o feto, nesse período, é incapaz de produzi-los por conta própria.

Vale dizer que crianças com hipotireoidismo não tratado podem ter queda no rendimento escolar, motivado por baixo QI, além de terem o crescimento prejudicado, já que os hormônios da tireoide afetam o organismo de maneira sistêmica.

Fonte: R7

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