Janeiro Branco: Campanha alerta para a importância da saúde mental

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Psicólogos sugerem que as pessoas possam ser mais sinceras e transparentes com os seus desafios psicológicos, buscando ajuda e apoio sempre que necessário.

Estar mentalmente saudável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é o estado de bem-estar no qual uma pessoa consegue desempenhar suas habilidades, consegue lidar com as inquietudes da vida, é capaz de trabalhar de forma produtiva e contribuir para a sua comunidade. No entanto, as situações do cotidiano mostram que cada vez menos estamos conseguindo levar a vida dessa forma: existe um aumento dos casos de violência, uso de drogas, transtornos compulsivos, suicídio, intolerâncias, entre outros.

Para lembrar as pessoas de cuidarem não só da saúde física, mas também da mental, psicólogos brasileiros criaram a campanha Janeiro Branco, que usa o mês em que tradicionalmente as pessoas estão mais focadas em resoluções e metas para o ano para instigar nelas um maior cuidado com o seu bem-estar psíquico.

No Brasil, dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Bem-Estar (NHWS, na sigla em inglês) da Kantar Health mostram que 34% dos entrevistados declararam sofrerem de alguma condição psiquiátrica, ainda que apenas 21% deles tenha sido diagnosticado. A depressão, uma grave condição médica que diminui a capacidade da pessoa de funcionar normalmente, é um dos transtornos psíquicos muito comuns no mundo, afetando mais de 350 milhões de pessoas no mundo todo (dados da OMS) e que acomete 16% da população brasileira – mais do que a taxa de depressão nos EUA (13%), Espanha (9%) e China (quase 6%).

O Brasil também é o país onde as pessoas são diagnosticadas com depressão quando são mais jovens, em média aos 36 anos. A faixa etária entre os 35 e 49 anos concentra a maior taxa de depressivos brasileiros, com maior incidência entre as mulheres (68,9%), mesma tendência observada em países como França, Reino Unido e Espanha.

Falta de saúde mental sobrecarrega os sistemas de saúde

Além de debilitar a saúde mental dos pacientes, transtornos mentais como a depressão também são um importante fator na taxa mundial de mortalidade.

Pacientes que sofrem com depressão severa também costumam relatar outras queixas médicas, como sofrimento com insônia, ansiedade e dores, e costumam frequentar mais os hospitais e prontos-socorros.

Ainda que o sistema de saúde brasileiro seja gratuito, grande parte dos diagnósticos de depressão acontece entre pacientes que possuem convênio médico privado. A incidência de diagnósticos de depressão na rede pública de saúde (SUS) é baixa, possivelmente devido à falta de acesso a especialistas. Quem não depende do sistema público de saúde (SUS) tem uma tendência maior de procurar psiquiatras, psicólogos e terapeutas para tratar a própria depressão.

Existem estudos que também associam o suicídio à distúrbios mentais, transtornos de personalidade, isolamento e depressão, essa última estando associada a 30% dos casos de morte, segundo a OMS.

Cuidados com saúde mental também são importantes no tratamento de câncer

Lidar com um câncer e superá-lo não é tarefa fácil, e por isso alguns pacientes costumam precisar de apoio para manter a saúde mental durante o tratamento. O impacto psicológico das doenças varia de caso a caso, mas é bastante comum em alguns tipos de câncer, como o de mama. “O impacto psicológico do diagnóstico de câncer de mama é brutal e toda mulher que passa por isso sofrerá um processo de luto em algum momento no decorrer do tratamento ou mesmo após o seu término”, afirma a oncologista Bruna Pegoretti, coordenadora do departamento de Medical Intelligence da Evidências – Kantar Health. Segundo Pegoretti, é muito frequente que as mulheres “segurem a peteca” durante o diagnóstico e o tratamento, e só depois de estarem fora de perigo que chegam a desenvolver um quadro depressivo.

Além dos próprios pacientes, os cuidadores de pessoas que sofrem com o câncer também têm sua saúde mental afetada. Como eles costumam percorrer junto com o paciente a longa jornada de tratamentos, eles costumam sofrer com as repercussões do estresse dessa situação. Um levantamento da Kantar Health mostrou que dentre os cuidadores de pacientes com câncer, 57,6% apresentavam sinais de ansiedade e 45,5% de depressão.

Por um ano mentalmente saudável

Sabe-se que mais de 90% dos pacientes que tentam o suicídio apresentam um distúrbio psiquiátrico e que 95% daqueles que cometeram suicídio têm um diagnóstico psiquiátrico. Por isso, é importante que as pessoas que sofrem com algum distúrbio mental (como depressão, uso ou abuso de álcool e drogas, esquizofrenia ou transtorno bipolar) possam contar com uma atenção especial dos seus familiares. Segundo Luis Sales, médico analista da Evidências – Kantar Health, quem sofre com esses transtornos mentais deve passar pelo tratamento médico adequado, que pode incluir tratamentos farmacológicos e acompanhamento psicoterápico. Além disso, o suporte social e familiar é fundamental para a recuperação do paciente.

Como parte da campanha Janeiro Branco, os psicólogos também sugerem que as pessoas possam ser mais sinceras e transparentes com os seus desafios psicológicos, buscando ajuda e apoio sempre que necessário. Confira abaixo algumas das medidas que a campanha Janeiro Branco sugere para ajudar as pessoas a buscarem uma saúde mental e emocional mais plena.

  1. Reflita: com o ano novo, será que você pode ser uma nova pessoa? Aproveite o momento de reflexão do ano novo para pensar o que você pode mudar na sua vida para torná-la mais feliz.
  2. Aceite os ciclos: assim como os anos que se iniciam e acabam, a vida também é feita de ciclos. Esteja pronto para concluir os ciclos que não te fazem bem e se prepare para os novos que irão começar!
  3. Se prepare para agir: com o novo ciclo de 12 meses que se inicia agora, o que você pode se preparar para fazer que possa te levar a ter uma vida mais saudável e feliz?

Fonte: https://janeirobranco.com.br/

 

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