Brasil registra 90 mil acidentes com escorpiões e quase 100 mortes

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Escorpião-amarelo, considerado o mais perigoso, é o mais incidente. Região Sudeste lidera em casos. No interior de São Paulo ocorre a maioria dos acidentes graves.

De acordo com as informações do Ministério da Saúde, em 2018, o Brasil teve 99 mortes e mais de 90 mil acidentes com escorpiões. Deste montante, mais de 40 mil dos registros ocorreram no Sudeste e a tendência é aumentar.

O crescimento do número de acidentes envolvendo escorpiões no país colocou o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan em alerta. Os órgãos estão desenvolvendo um projeto conjuntamente para instruir a população a como lidar com o problema.

O número de acidentes diminuiu em relação à 2017, quando houve registro de 124 mil casos, mas o de mortes subiu, de 90 para 99. Em 2018, os escorpiões foram os animais peçonhentos que mais mataram, ultrapassando serpentes (74), aranhas (24), lagartos (7) e abelhas (47).

Os biólogos explicam que a alta incidência de ataques está relacionada à devastação da Mata Atlântica e não ao aumento da temperatura. Embora a proliferação ocorra durante todo o ano, os acidentes com escorpiões tendem a se intensificar no verão, sendo de vital importância o saneamento básico, visto que as galerias de esgoto são seu maior ponto de reprodução.

Em relação à sobrevivência do animal peçonhento a explicação é que, assim como o Aedes aegypti (transmissor da dengue), zika e chikungunya, o escorpião tem facilidade de adaptação ao ambiente modificado pelo homem.

Depois do Sudeste, o Nordeste é a região com o maior número de casos (39 mil), alerta o Ministério da Saúde.

A espécie mais incidente no Nordeste é a Tityus stigmurus e, no Sudeste, a Tityus serrulatus, – também chamada de escorpião-amarelo, muito mais perigosa.

Vale dizer que todo escorpião é venenoso, o que difere é a toxidade do veneno. Atualmente há 150 espécies conhecidas no Brasil. A maioria das picadas causa apenas manifestações dolorosas, como inchaço e vermelhidão e, no máximo, febre. No entanto, os escorpiões considerados perigosos podem levar uma criança de até 14 anos a um quadro moderado ou grave, ocasionando até a morte. Trata-se de um veneno complexo que se instala em velocidade muito grande, o que faz do envenenamento por escorpião diferente do envenenamento de outros animais peçonhentos.

Estudos mostram que crianças que são atendidas após 3 horas da picada têm maior probabilidade de morte. Isso significa que é preciso tomar o soro antiescorpiônico, nos casos de quadros moderados e graves, antes desse período.

A prevenção inclui uma série de intervenções ambientais como diminuir a oferta de abrigo ao animal, como pedras, madeiras e folhas, impedir o acesso às casas por meio do controle de frestas, ralos e janelas, e valorização de predadores naturais, como aves, lagartos e sapos, além do controle do alimento do escorpião, que são os insetos domésticos, principalmente a barata.

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