Butantan desenvolve pomada contra picada de aranha-marrom

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Testes começaram por Santa Catarina, estado com grande ocorrência de picadas do aracnídeo.

O Instituto Butantan iniciou os testes em humanos de uma pomada contra a picada da aranha-marrom (Loxosceles), cujo veneno pode causar necrose na pele, falência renal e até morte.

O medicamento é a base de tetraciclina, substância usada como antibiótico. Os testes já tiveram início em Santa Catarina, estado brasileiro com grande ocorrência de picadas do aracnídeo.

A pesquisadora Denise Tambourgi do Instituto Butantan e do Centro de Toxinas, Resposta Imune e Sinalização Celular, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), conta que foi uma longa jornada de pesquisa sobre a ação da toxina até o desenvolvimento da pomada.

“Além de causar lesões graves na pele, que podem durar meses até serem curadas, a picada provoca, em alguns casos, efeitos sistêmicos, como hemólise (destruição dos glóbulos vermelhos), agregação plaquetária, inflamação e falência renal, o que pode levar ao óbito do paciente. O Instituto Butantan já produz o soro para picadas de aranha-marrom, no entanto, a produção é limitada. São aranhas pequenas, de no máximo três centímetros, portanto conseguimos pouco veneno e são necessárias centenas de exemplares para se produzir o soro”, explica Tambourgi.

De acordo com as informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde, em 2016 foram registrados 173.630 casos de acidentes com animais peçonhentos no Brasil, dos quais 7.441 foram por picadas de aranhas-marrons.

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