Artigo: O Brasil parou: #somostodoscaminhoneiros

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A tragédia brasileira já estava com o seu enredo formado. Era questão de tempo, o que acabou acontecendo e que estamos vivenciando nos últimos dias.

A Nova República, assim intitulada por Tancredo Neves e instalada com a redemocratização, ainda não se tornou uma república. Ainda vivemos os velhos ditames da velha política, onde os interesses de poucos prevalecem sobre os da sociedade.  E o resultado? O gigante está sucumbindo.

Nossa classe política ainda não entendeu que o povo não aguenta mais tanto desmando e desgoverno. São políticas públicas ineficazes; impostos que não cessam de subir e se multiplicarem, pagamos impostos de impostos; os impostos se tornaram uma verdadeira roubalheira legalizada, um país com as maiores taxas do mundo e que não oferece em contrapartida os objetivos estabelecidos para as cobranças.

Nossa classe política ainda não entendeu que o povo não aguenta mais ver tanto dinheiro ser mal gerido. São obras inacabadas, gastos desnecessários, automóveis estragando em pátios sem uso, medicamentos e alimentos serem jogados fora, pois venceram a data de validade; um absurdo atrás do outro.

Nossa classe política não entendeu que não aguentamos mais pagar a conta da corrupção, este câncer social. Não suportamos mais pagar a conta das obras superfaturadas, da merenda escolar com preços indevidos, de dinheiro sendo pulverizado através de subvenções e emendas parlamentares, de gastos que mantêm indizíveis privilégios de alguns que já ganham muito bem para exercerem suas funções. Tudo isto como uma forma enganosa de manter esta ciranda da miséria humana e política.

Nossa classe política não entendeu que não aguentamos mais tanta burocracia inútil, que só serve para travar a própria sociedade e uma máquina administrativa inoperante, cheia de “aspones”, de funcionários fantasmas, inchada e cara para o contribuinte. Uma classe política que só pensa em si própria, em sua manutenção no poder e privilégios.

Não dá mais, ou gritamos ou morremos! Os caminhoneiros que estão parando o Brasil, com o propósito de dias melhores, estão representando a maioria e esmagadora população brasileira. Por mais que esteja nítido que grande parte da mídia está contra o movimento, não há como negar que a população, mesmo tendo sua parcela do sacrifício, pois começam a faltar muitas coisas do uso diário, está apoiando o movimento.

Muitos ditados populares e religiosos dizem que um governo não se sustenta quando se torna corrupto e através de impostos explora demasiadamente os governados, o povo. Mais uma vez parecem estar com a razão.

Como a esperança não morre quem sabe deste movimento surja um novo rumo para o nosso país. Pelo menos agora sabemos que o Brasil parou, pois, o povo está aprendendo a perceber o poder que tem.

*Walber Gonçalves de Souza é professor e membro das Academias de Letras de Caratinga (ACL), Teófilo Otoni (ALTO) e Maçônica do Leste de Minas (AMLM).

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