Nossa palavra: Sem Carvão

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Na cidade dos murunduns, redutor de velocidade ou lombadas – onde até o prefeito tem dificuldade de colocar seu plano de governo em ação – a superficialidade dos assuntos vem a tona em qualquer sessão ordinária da Câmara. Nelas, os vereadores debatem temas picantes, como o vício de fumar por exemplo, que levou dois edis a trocar farpas entre si numa recente reunião legislativa.

Enquanto a mobilidade urbana, o caos no trânsito e a saúde precária não são debatidas no Município, a preocupação fundamental das autoridades é de saber qual nome e sobrenome vão pintar no banco da praça e brigam entre eles.

Muitos morrem de ciúmes quando seu colega de bancada solicita uma ondulação transversal (lombada) e é atendido pelo chefe do Executivo. É que nossa Câmara carece de massagem do ego. Quando isso não acontece, morre aos poucos.

A partir do segundo semestre, quando entrar no aniversário de Taquaritinga no mês de agosto, haverá a tradicional enxurrada de títulos a personagens (geralmente políticos) pouco conhecidos na periferia da Cidade.

Hoje, depois da ferrenha briga de foice que caracterizou a disputa da maionese caseira contra o sache da maionese industrializada e dos espetinhos de carne vendidos pelos ambulantes, o quiproquó é por conta do carvão e o caríssimo botijão de gás. Lógico, a Vigilância Sanitária liberou o churrasco somente com gás e contra o carvão (a não ser dentro de casa, onde você faz o que bem entender).

Taquaritinga costuma politizar todos os assuntos e deles transformar em acirradas polêmicas.

Até porque a maioria dos que lêem não entendem o que estão lendo e costumam levar os temas a ferro e fogo. Os vereadores, digamos assim, são o espelho de seus cidadãos. Tem vereador que fala o que não sabe e tem aqueles que sabem e não falam.

A Câmara Municipal de hoje briga com ela mesma e costuma dar um pontapé em seus próprios fundilhos. Isso quando não dispara contra seu próprio pé. Lamentavelmente quem paga com esses erros são os taquaritinguenses, que veem o dinheiro de seus impostos vazarem pelos ralos.

E pior que isso: não ser aproveitado para nada, além de próprias vaidades dos políticos de plantão.

No final do ano, tem-se eleições para renovar a mesa diretora (inclusive o presidente e vice) do Legislativo. Não dá para mudar muito, mas já vai ser um avanço ímpar. Até agora o carvão esquentou a Câmara, mas seria importante que essa tarefa de botar fogo na fundanga coubesse à própria população. Até agora dois candidatos postulam o cargo, ambos com qualidade para a performance.

Tem que ser alguém que não titubeie no posto para que o Legislativo. Quando o atual presidente da Câmara, vereador Rodrigo de Pietro, não impõe disciplina aos seus comandados, falta-lhe o misterde administrar autoridade aos seus colegas edis.

A eleição da mesa diretora da Câmara é tão importante que nós de O Defensor achamos que deveria ser escolhida, de modo direto, pela própria população.

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