Artigo: Exemplos positivos de saneamento básico

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Por: Welson Gasparini*

Em termos de saneamento básico, o Brasil ainda tem um caminho longo a percorrer. Afinal, cerca de 35 milhões de pessoas ainda não têm acesso à água potável, e o tratamento de esgoto chega a menos de 50% da população. Mesmo assim, algumas cidades se destacam pelas ações positivas nessa área: são casos de sucesso a servirem de inspiração para mais avanços em um setor fundamental para a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental divulgou, recentemente, a classificação da universalização do saneamento, colocando cidade de Piracicaba como a primeira do Brasil no ranking de saneamento básico. Houve, lá, investimentos que conseguiram fazer aquela cidade proporcionar abastecimento de água para 99,97% da sua população; coleta de esgoto para 99,5%; esgoto tratado para 100%; 100% para coleta de lixo; 100% para tratamento do esgoto e 100% para destinação de resíduos sólidos.

Piracicaba, portanto, é um exemplo!

Outro exemplo, bem próximo de Ribeirão Preto, é o de Franca: com pouco mais de 300 mil habitantes, ela ocupa há quatro anos a primeira colocação do Ranking do Saneamento das 100 Maiores Cidades, elaborado anualmente pelo Instituto Trata Brasil e avaliando evolução dos indicadores nos maiores municípios do país. Além disso, ela ficou em 5º lugar no Ranking da Universalização do Saneamento, elaborado em 2017 pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), com base em números de 231 cidades brasileiras.

Nos últimos anos, Franca praticamente universalizou o fornecimento de água, assim como a coleta e o tratamento de esgoto. Segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), os investimentos na cidade foram de R$ 300 milhões desde 2012, principalmente nas obras do Sistema Sapucaí, novo sistema local de produção de água.

Mas, para a empresa, os investimentos não explicam sozinhos a boa situação do saneamento básico de Franca: a Sabesp os vê como reflexo de políticas de longo prazo adotadas por diferentes administrações, que priorizaram planejamento e gestão.

Um resultado direto desses números está na saúde da população: Franca teve 460 internações por doenças diarreicas entre 2007 e 2015, enquanto Ananindeua (PA), a pior colocada no ranking do Trata Brasil, teve 36.473 (um número 79 vezes maior).

A cerca de 300 km de Ribeirão Preto fica Uberlândia, uma das cidades mais importantes do Triângulo Mineiro, com mais de 600 mil habitantes. Lá, o índice de coleta de esgoto é de 97,23%, sendo que todo ele é tratado. Já o abastecimento de água chega a 100% da população. Também lá, um dos fatores que contribuíram para esses resultados é o planejamento em longo prazo.

Ribeirão Preto também, para meu orgulho, está entre as melhores cidades brasileiras (ocupando a honrosa 22ª colocação nesse ranking como consequência, inclusive, de investimentos que realizei na minha última gestão como prefeito da cidade: ela, atualmente,  possui 100% de abastecimento urbano de água; 98% de atendimento urbano de esgoto e 98% de esgoto tratado mas caminha – segundo me informou o DAERP – para alcançar os 100% em todos esses indicadores a partir de 2019. Isto porque sempre tive consciência de que – conforme a  Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF )  –  a melhoria das condições de saneamento tem um papel fundamental na redução de doenças relacionadas ao saneamento inadequado.

Saneamento básico, portanto, é saúde! Os bons exemplos, portanto, devem e precisam ser seguidos pelos administradores públicos preocupados com o bem estar do povo!

*deputado estadual (PSDB), advogado e ex-prefeito de Ribeirão Preto
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