Nossa Palavra: Antigamente se derrubava muro de Cemitério. Hoje, se arranca piso de Calçadão!

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Taquaritinga tem umas histórias políticas inesquecíveis. Uma delas é a do muro do Cemitério nos embates dos ex-prefeitos saudosos Dr. Adail Nunes da Silva (o Negão) e Dr. Waldemar D’Ambrósio (integralista que usava como símbolo um galo de briga). Era só um dos prefeitos levantar o muro do Cemitério que o outro, durante a madrugada, derrubava impiedosamente. Essa situação calamitosa durou anos e anos.

Hoje, mal comparando, a população faz piada com a obra do Calçadão construído com o dinheiro do povo e que o prefeito Vanderlei resolveu mudar de lado. Estão retirando tijolinho por tijolinho como se fosse mágico, trabalho esse que despenderá outro tanto de recursos e tempo perdido. Dizem os técnicos que a medida é necessária para que a praça Dr. Horácio Ramalho (antiga 9 de Julho) de tantas tradições não seja inundada.

O ex-prefeito Dr. Fúlvio Zuppani prometeu mundos e fundos para esse Calçadão, inclusive um boulevard que iria encantar os munícipes, pois o antigo prédio do Cine São Pedro abrigaria um magnífico Centro Cultural, mas tudo acabou em cinzas (ou melhor, em detritos que até hoje continuam no meio do jardim ao deus-dará). O povo ficou a ver navios (até o da Praça Tamandaré foi abandonado pela administração atual)

E o que é pior: tudo isso é feito sob os olhares complacentes dos nobres vereadores que não dão um pio para fiscalizar as obras (aliás, como soe acontecer nos regimes que sufocam o parlamento democrático). Infelizmente, prefeito continua fazendo ouvidos moucos aos reclamos da população, mas continua garantindo que fará um governo futurista que colocará Taquaritinga nos trilhos do progresso e desenvolvimento.

Em seu programa de sábado na emissora de sua propriedade, o prefeito chegou a usar a frase que celebrizou o então prefeito Adail Nunes da Silva: “Eu só quero o bem de todos”. Ninguém duvida das boas intenções do chefe do Executivo, mas os tempos são outros, tempos bicudos e de vacas magras e o prefeito está se debatendo em águas turvas. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, eis a questão que se impõe.

Este Nossa Palavra, o editorial do jornal O Defensor, foi digitado antes da sessão ordinária de segunda-feira (dia 2), portanto não sabemos quais comentários foram feitos durante o Pinga-Fogo (onde sempre são debatidos os temas mais polêmicos da semana no “peniquinho” político-partidário municipal). A verdade é que o retorno das oito horas na Prefeitura e o reajuste salarial dos servidores deve prevalecer.

O que causou estranheza no seio da população foi justamente o prefeito na semana retrasada, depois de encontro com representantes do Ministério Público (MP), ter afirmado que as oito horas de trabalho na Prefeitura voltariam às repartições públicas municipais logo depois de primeiro de abril. Na semana seguinte, ele disse que não disse e ainda jogou a culpa nas pessoas mal-intencionadas que denigrem sua imagem.

E o chefe do Executivo não estava mentindo quando disse exatamente isso (ipsis literis) nos microfones da rádio. Sem ter um perfil definido, a administração local mais parece um bumerangue que vai e que volta sem atingir seu alvo principal. Perde-se um tempo exagerado, por exemplo, com pequenos detalhes (como é o caso do piso do Calçadão ou com a reforma do prédio da Stéfani), enquanto prioridades vão esvaindo.

Duvidamos que ambos os exemplos citados se concretizem antes de 12 meses, o que é um tempo exageradamente longo para um mandato de quatro anos. A não ser que Vanderlei esteja guardando como favas contadas a sua reeleição em 2020 e, portanto, não quer queimar etapas. Por sim ou por não, o prefeito será julgado pelos seus atos administrativos perante os eleitores taquaritinguenses. Será julgado direto nas urnas .

Por mais que enalteça seus vereadores da base situacionista, o prefeito corre o risco de terminar sozinho e a solidão não é de bom alvitre para um político de carreira. Aqueles que o rodeiam hoje e que ostentam seus cargos de comissão abandonarão o prefeito na primeira rachadura no convés. Ainda mais Vanderlei que não tem um time próprio e que pegou a “peneira especial” da gestão do ex-prefeito Paulinho Delgado.

Mal aconselhado por aqueles que o cercam, o prefeito está que nem são Tomé, precisa ver para crer. Por isso, ele está muito mais teimoso do que ultimamente. Para não dar o braço a torcer, o alcaide houve por bem fazer um Calçadão com sua marca e foi para a Estrada Boiadeira, no Jardim São Sebastião, registrar a patente. Com certeza, esse Calçadão do Vanderlei sairá antes do da Praça Dr. Horácio Ramalho. Quem viver, verá!

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