Pets também sofrem com doenças uterinas endometriose e os sintomas não são fáceis de serem identificados

Compartilhe esta notícia:

Donos de cachorras e gatas precisam estar atentos ao período pós-cio para identificar alguns sinais da doença antes de se tornar mais grave.

Março é um mês marcado pelas constantes campanhas de conscientização sobre a endometriose, doença que afeta mais de 15% das mulheres em idade reprodutiva. Isso quer dizer que aproximadamente 6 milhões de mulheres sofrem deste mal. A endometriose se desenvolve quando o tecido de revestimento do útero (endométrio) cresce em outras regiões do organismo feminino, tais como ovários, tubas uterinas, ligamentos uterinos, intestino e bexiga.

Mas você sabia que gatas e cadelas também estão sujeitas a esta enfermidade?

Nessas fêmeas o nome da doença é Complexo Hiperplasia Endometrial Cística associada à Piometra Endometriose (CHE) – enfermidade que pode ser aguda ou crônica e caracteriza-se pelo processo hiperplásico e infeccioso dos tecidos do útero: endométrio, miométrio e perimétrio, mais ou menos como acontece com as mulheres. A diferença é que nas cadelas e nas gatas não há o desprendimento do tecido do útero (doença denominada endometriose nas mulheres) e sim uma inflação que pode liberar pus pela vagina nos casos mais avançados. Esta é uma das causas mais comuns de mortes em fêmeas da espécie canina e os sintomas não são fáceis de serem reconhecidos pelos donos.

A veterinária do Instituto Veterinário de Imagem (IVI), Giovanna Callari Cesar alerta para a importância da castração das fêmeas como método preventivo da doença. A especialista explica que a cirurgia remove o útero, as trompas e os ovários e, com isso, evita o desequilíbrio hormonal causado pela produção em excesso de progesterona – um hormônio sexual feminino. Segundo a doutora, culturalmente as gatas são mais castradas do que as cadelas – o que justifica o fato dessas últimas serem mais acometidas pela doença.

“Para as fêmeas que não são castradas aconselhamos aos donos o acompanhamento do período que antecede o cio, durante e depois pelo período de dois meses após o cio. Assim, é possível observar mudanças na cor e odor do sangramento, cistos, aumento de tamanho do órgão e o vazamento de secreção pela vagina. Esses são sinais que podem indicar a doença”, explica Giovanna.

Com o colo do útero cheio de líquido infectado, o órgão fica como um “balão” com repleto de fluídos hormonais contaminados e secreção inflamatória. É mais fácil de identificar quando os resíduos este conteúdo vaza pela vagina. De acordo com a especialista, os sintomas já podem ser um sinal da doença, mas o diagnóstico deve ser feito por um médico veterinário, que, sempre que possível irá solicitar o exame de ultrassonografia para comprovar. Apesar da doença ter maior incidência em cadelas a partir dos 9 anos de idade, Giovanna conta já ter tido uma paciente de apenas um ano que teve a doença.

CIO

Gata

de 15 em 15 dias

Cadela

média de 6 em 6 meses com duração de 15 dias

A especialista listou alguns sintomas para que os donos dos bichinhos possam identificar com mais rapidez o problema. Depois do cio, fique atento se as fêmeas apresentarem:

  • Falta de apetite
  • Perda de peso
  • Aumento de volume abdominal
  • Vômito
  • Diarreia
  • Sede e urina excessivas

É importante que o médico veterinário consiga fazer o diagnóstico de forma precisa e encaminhe o quanto antes o animal para o exame laboratorial de imagem, no caso, a ultrassonografia, para que se comprovada a doença já seja realizado procedimento cirúrgico, o mais breve possível, evitando o agravamento que pode comprometer a vida da cadela ou da gata. Os exames laboratoriais como hemograma, função renal e hepática, devem ser considerados como complementares e realizados na medida do possível.

Compartilhe esta notícia: