2 de abril: Dia Mundial da Conscientização do Autismo

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Professora de Psicologia da Uniara fala sobre o Transtorno do Espectro Autista.

O dia 2 de abril é lembrado como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A professora do curso de Psicologia da Universidade de Araraquara – Uniara, Juliene de Cássia Leiva, fala sobre o Transtorno do Espectro Autista – TEA que, conforme esclarecido pela docente, não é considerado uma doença.

“É um transtorno de desenvolvimento, uma condição caracterizada por diferenças na forma de interagir socialmente e por apresentar comportamentos repetitivos e estereotipados. Os sinais de TEA podem ser encontrados de forma bastante sutil em crianças, até formas graves, em que há grande comprometimento da socialização e do uso da linguagem, bem como de comportamentos autoestimulatórios bizarros, como o balançar-se”, explica Juliene.

Ela comenta que ainda não há consenso a respeito das causas do TEA, “embora muitas pesquisas sejam dedicadas ao assunto”. “Assim como não existe ainda uma explicação amplamente aceita sobre as causas, não é possível afirmar que haveria ‘cura’ para o transtorno. Porém, existem formas de intervenção que podem minimizar bastante os seus sinais, permitindo que a criança se desenvolva satisfatoriamente. Essa intervenção deve ocorrer o mais precocemente possível, envolvendo os familiares em um trabalho voltado para a aprendizagem de estratégias de interação social, em conformidade com as necessidades apresentadas em cada caso”, ressalta.

É necessário, segundo a professora, que a família procure profissionais preparados para realizar um diagnóstico preciso, “que irão reconhecer os sinais e sintomas do TEA, assim que notarem diferenças como as mencionadas acima, para que seja iniciado um trabalho de intervenção, voltado à aprendizagem de comportamentos adequados, o mais cedo possível”.

A docente conta que existe, hoje, um caso de autismo a cada 110 pessoas. “Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus duzentos milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas, segundo a revista eletrônica Espaço Aberto, da Universidade de São Paulo, cujo conteúdo está disponível no link http://www.usp.br/espacoaberto/?materia=um-retrato-do-autismo-no-brasil”, diz.

Em sua opinião, as informações sobre o TEA são cada vez mais difundidas, “embora haja ainda uma lacuna de conhecimento nessa área”. “Felizmente, em nossa região podemos contar com centros de formação de profissionais especializados, o que não é comum na maioria das regiões brasileiras. Ainda assim, sabemos que muitas famílias necessitam de esclarecimentos e apoio especializado para desempenhar sua função junto à criança com TEA, de modo que o acesso aos serviços profissionais precisa ser constantemente divulgado e viabilizado”, aponta.

Como mensagem para o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, Juliene lembra que “é importante buscarmos informações a respeito das possíveis diferenças existentes entre nós, como é o caso do TEA, e não hesitarmos em mostrar empatia e solidariedade diante de situações em que tais diferenças precisam ser reconhecidas e acolhidas”. “Preconceito e discriminação serão anulados na medida em que ampliarmos nossos conhecimentos sobre o assunto, o que certamente nos tornará mais capazes de incluir e compreender a diversidade humana, em suas variadas formas”, afirma.

A docente finaliza dizendo que pessoas com TEA, assim como as demais, têm direito à preservação de sua integridade e ao respeito quanto aos seus limites. “Desde que tenham acesso a um processo educativo especializado, poderão desenvolver suas potencialidades, tornando-se produtivas e felizes”, finaliza.

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