Pra não dizer que não falamos nas cinzas

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Passado o Carnaval de Taquaritinga, sem dúvida um belíssimo Carnaval, não tanto pelo investimento (quase nenhum), nem mesmo pelo glamour, mas pela quantidade de público que chegou a preocupar, voltamos a por os pés no chão.

E justamente nesse intervalo de tempo caiu-me às mãos uma edição de O Defensor dia 22 de outubro de 2011, onde está impressa a coluna do agora vereador Marcos Bonilla que, inclusive, já foi líder do prefeito na Câmara. Naquela época (2011) Bonilla era oposição ferrenha ao então vereador Vanderlei Mársico, pré-candidato a prefeito em 2012, e revelou particularidades de uma entrevista dada pelo agora prefeito ao programa de Auro Ferreira, na Rádio Clube Imperial, naquela semana.

É que o então vereador Vanderlei Mársico dizia que se fizesse o Carnaval contrataria só empresa de som da Cidade. Bonilla, na época, alfinetou: “Ele sabe, mas finge que não, que a contratação se faz por processo licitatório e vence o melhor preço. Quem não conhece a rotina da administração pública pensa que ele tem razão”. No Carnaval de 2010, porquanto, venceu uma empresa de Monte Alto porque as duas daqui tiveram problemas no processo de licitação. Uma chegou atrasada e a outra faltava documentos. Foi por este motivo que uma empresa de Monte Alto foi responsável pelo som do Carnaval naquele ano.

E nem por isso o trio elétrico Batatão arrefeceu.

Neste ano, por muito menos, armou-se um quiproquó dos diabos: tirou-se por meio de licitação honesta e transparente o DJ EdivirDellapina (que era da equipe do saudoso Guilherme Mantese) colocando-se no lugar o DJ Marcinho Durante. Mais acostumado a festas de formaturas e de quinze anos (debutantes, como se dizia outrora), Marcinho titubeou em determinadas oportunidades de nosso festejo maior, mas não chegou a comprometer o evento. Tropeçou, mas não caiu. Foi o legítimo vencedor da concorrência.

O mesmo serve para firma de segurança que, igualmente, naquele ano (2011), foi abordado pelo agora vereador Marcos Bonilla, em sua invejada coluna Opinião. Também no ano de 2010, por exemplo, diferentemente do que o então vereador Vanderlei Mársico falava, “os seguranças contratados eram todos de Taquaritinga. Da mesma forma que o som, a escolha foi por processo licitatório”.

Não dá para conduzir uma licitação. Bonilla, naquela época, não deixava a peteca cair: “Essa história de que a Prefeitura deve comprar somente de empresas daqui é pura balela”. E explicava: A Lei de Licitações, conhecida como 8666, diz que tudo que a Prefeitura compra acima de determinado valor, precisa passar por um processo licitatório e não dá para escolher as empresas que vão participar”. Marcos Bonilla estava certo.

Não dá para escolher as empresas que vão participar e muito menos aquelas que vão ganhar. E o que é pior: toda licitação é por demais demorada e a população é imediatista, não gosta de esperar. Já escutamos o atual prefeito reclamar em sua emissora de rádio sobre a demora no processo licitatório e ele também não está errado.

Enganou-se o chefe do Executivo quando pensou que a Prefeitura fosse extensão de suas propriedades. Na sua empresa, se faltasse um parafuso o empresário mandava buscar. O Vanderlei prefeito é diferente: tem que prestar contas, ser transparente, sob pena de cair na responsabilidade civil. Tudo o que entra no poder público é licitado, não tem jeito. Senão vira bandalheira e maracutaia. Ou seja, na campanha política tudo é possível.

O candidato a prefeito falou muito e executou pouco até o atual momento. Justamente porque tudo passa pelo processo licitatório e vence o melhor. As cartas não saem mais da manga da camisa do alcaide. As empresas não são aquelas que o burgomestre gostaria que fossem. E o processo se arrasta a longo prazo. Demora, mas a situação fica transparente.

A população prefere que o problema tenha solução rápida e rasteira, mas os desafios públicos não se resolvem por um passe de mágica. O próprio prefeito Vanderlei já disse que é Mársico e não Mágico. Nem mesmo com varinha de condão, ele poderá solucionar o problema de uma hora para outra. Portanto, em determinados períodos, a população vai ter que aguardar o processo. Sem passar pela licitação, jamais!

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