Nossa Palavra: festa garantida

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A elite do samba não pode reclamar. Saiu tudo nos trinques no Carnaval de Taquaritinga. Mesmo com pouco recurso, nossa festa foi popular e democrática. Isso prova que a folia precisa menos de dinheiro e mais de criatividade. O que não se tem no bolso se deve ter na cabeça, essa é a praxe.

Não só no Carnaval mas também em outros setores não adianta chorar o leite derramado. A população prefere criar soluções. Essa é a função de uma administração de um Município pobre como o nosso. Que o Carnaval sirva de exemplo para que criações desse tipo sejam priorizadas na saúde, na educação, no meio ambiente.

Ao contrário do que pensa o prefeito, as cidades não precisam de obras faraônicas, luxuosas. O povo se contenta com pouco, já dissemos aqui antes. Fazer a festa não custa caro, desde que se tenha criatividade. E essa capacidade nós encontramos no jovem Thiago Duarte e no dinâmico Chico Gabozzo neste governo.

Assim fosse e a antiga Associação Taquaritinguense de Estudantes (ATE) não faria aquelas altas rodas de samba e destacados festivais de crônicas, músicas e poesias que tanto sucesso fizeram.Garotos e garotas de então não tinham dinheiro no bolso, mas tinham mil ideias na cabeça. Quem viveu, sabe muito bem.

Não fizemos uma festa retrô. Fomos até avançados para nosso tempo se comparados com as cidades da região. Algumas, convenhamos, nem festa fizeram porque não tiveram capacidade de criar. Na última noite, é claro, ficou o desfile de rua (o tradicional corso) prejudicado pelas chuvas intermitentes.

A Jardineira (e o próprio Caminhão da Alegria) foi a tal. Mais uma vez ela provou que é agrande ferramenta que o Carnaval de Taquaritinga tem para o futuro. Até as mídias regionais – que pouca ou nenhuma importância davam para o nosso cordão maior este ano deram a mão à palmatória.

Convenhamos que para um público de até 20 mil pessoas que se apinham no quadrilátero central da Cidade os atos de vandalismo e algazarra são inevitáveis. Para mudar essa situação Taquaritinga tem que continuar a profissionalização do evento iniciada na gestão do ex-prefeito Paulo Delgado.

Até mesmo o público presente no trio elétrico Batatão mudou o seu perfil neste ano e isso precisa ser estudado. Muito mais turistas (com pessoas de outras regiões) e uma frequência cada vez mais jovem – o pessoal da melhor idade se afastou do trio elétrico e se aproximou mais da Jardineira. Foi um fenômeno que agora deve ser colocado na ponta da caneta.

Ao mesmo tempo que o Batatão tem que continuar se profissionalizando, também a Jardineira da Tarde deve começar a pensar nesse processo. Enfim, o Carnaval de Taquaritinga – pelo tamanho em que se tornou – deve ser repensado em sua estrutura e organização. Fica a palavra com as autoridades.

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