Nossa Palavra: A questão do lixo

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Há toda uma metodologia que, infelizmente, é pouca divulgada pela administração municipal na questão do lixo em Taquaritinga: folhas soltas, caixas de papelão, geralmente são pouco apreciadas pelos coletores. O lixo doméstico, por assim dizer, obrigatoriamente tem que estar acondicionado em sacos plásticos (aqueles tradicionais sacos pretos que, na maioria das vezes, são rasgados por cães de rua e, agora, até por cavalos à deriva).

Todos sabemos que a coleta de lixo no Município sempre funcionou como um relógio, mas sabemos também que a Cidade cresce (alguns preferem dizer que incha) e vez por outra uma polêmica se estabelece nas emissoras de Taquaritinga. Não é demérito nenhum para os profissionais da coleta, antes pelo contrário. O próprio prefeito municipal fez questão de dizer no sábado passado em sua prestação de contas na rádio de sua propriedade que até gostaria de terceirizar o setor. Enquanto isso não acontece, todavia, ele acena com um novo esquema. No atual, por exemplo, a coleta de lixo está fazendo uso de nada mais nada menos seis caminhões de lixo quando, na verdade, dois bastariam para o serviço.

O chefe do Executivo já fez essa avaliação e constatou que o trabalho vem sendo subdividido erroneamente até mesmo entre os coletores de lixo, que precisam correr como maratonistas para encerrar o expediente na hora certa. Mesmo assim, não é sempre que o resultado é positivo, deixando a desejar por conta da falta de estratégia e planejamento, gerando algumas reclamações. Por isso o alcaide, não sem razão,  clama pela terceirização, que ninguém sabe se vai dar certo ou não. Entretanto, como acontece em outros setores administrativos, a questão do trânsito por exemplo, a discussão é feita apenas por um dos lados: o alcaide fala e o resto fica quieto. Senão tiver uma rápida solução, nesse quesito, o problema da coleta de lixo tende a se agravar, com certeza. Os bairros se alastram como minhocas no asfalto e as certezas (que antes eram tidas como marca-passo) acabam virando desesperanças. Embora o prefeito da Cidade venha regularmente ao ar pedir paciência e confiança aos munícipes, na realidade o que estamos vendo é o governo municipal patinar nas soluções e derrapar nas curvas até mesmo dos pequenos empecilhos.

Não está errado em determinadas medidas, mas a população é imediatista e pede arroz e feijão, não quer saber de prazo (mesmo tendo conhecimento que serviço público é vagaroso). Este O Defensor ainda aguarda o resultado que motivou a indicação do ex-vereador Luís Bassoli como diretor de Comunicação da Prefeitura (cargo que substitui o assessor de Imprensa, que Bassoli considerou ultrapassado), justamente o elo de ligação entre o prefeito e os vereadores – evitando picuinhas desnecessárias numa ala cheia de vaidades particulares. Vale lembrar que também o chefe do Executivo deve descer de seu pedestal, optando pelo diálogo, não fazendo ouvidos moucos aos reclamos da população, abrindo mão de algumas etiquetas que ele vem mantendo desde o governo do ex-prefeito Paulo Delgado, acostumado a atirar pedras no telhado do vizinho.

O prefeito municipal agora é vidraça, alvo de estilhaços que atingem suas propostas e ideias, então é preciso tomar cuidado para não ser ferir. A voz popular é implacável e a ela não se pode dar de ombros sob pena de amealhar prejuízos em sua carreira política. A lei de responsabilidade veio como um espada de Dâmocles sobre a cabeça dos chefes de Executivo e a maioria dos políticos está de mãos atadas para novos empreendimentos.

A hora é de inovação e criatividade. Sobreviverá o prefeito que administrar com leveza e transparência. Não é preciso gastar muito para agradar o povo, ele se contenta com pouco, não quer obras faraônicas, uma cidade luxuosa. O povo quer qualidade de vida, bem-estar coletivo, infra-estrutura e mobilidade urbana. Por exemplo, como ficará a questão do transporte coletivo urbano, com a saída da Viação Paraty em Taquaritinga? O Executivo deve ficar atento também para essas e outras cobranças e avançar.

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