Uma hora de narguilé equivale a 100 cigarros

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Os riscos à saúde oferecidos pelo narguilé são os mesmos que qualquer outra forma de inalação de fumaça ou tabaco

Uma tradição árabe que virou moda entre as rodas de amigos de jovens e adultos, o narguilé oferece riscos à saúde tanto quanto o cigarro. De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), os tabacos usados, que apresentam diversas essências, possuem quatro vezes mais nicotina, 11 vezes mais monóxido de carbono e 100 vezes mais alcatrão do que o cigarro comum. Desta forma, a fumaça inalada em cada hora de uso do narguilé, sendo compartilhado em três pessoas, correspondente ao mesmo que 100 cigarros, ou seja, cinco maços.

Os riscos à saúde oferecidos pelo narguilé são os mesmos que qualquer outra forma de inalação de fumaça ou tabaco. Assim, a prática pode acarretar bronquites tabágicas (descontrole de asma brônquica e doença pulmonar obstrutiva crônica), segundo o médico pneumologista, Ricardo Beneti. Alerta ainda que o impacto deste hábito também atinge outros sistemas, além do respiratório, com maior incidência de doenças cardiovasculares nos usuários, além de dependência química e psicológica.

O profissional explica que o narguilé é apenas o “meio condutor”, ou seja, o aparelho apenas permite a inalação da fumaça, que é o produto da combustão do fumo. Para Ricardo, a prática se tornou comum, pois muitos pensam que, ao passar pelo filtro de água, esta fumaça seria filtrada de impurezas, deixando-o menos nocivo que o cigarro, o que não ocorre. “As substâncias nocivas que serão inaladas dependem do produto ou tipo de fumo que é colocado para a queima, pois o narguilé aceita qualquer produto, inclusive drogas ilícitas”, complementa.

Além da essência, o carvão usado para acender o narguilé também acaba sendo inalado e é prejudicial à saúde. Outro fator de risco é a transmissão de doenças contagiosas, já que as piteiras por onde se fuma são compartilhadas por várias pessoas, o que leva a um alto risco de herpes labial e até doenças mais graves, como tuberculose e hepatite C. “Acredito que a informação deva ser dada não apenas aos usuários, mas também aos pais e responsáveis por estes jovens, para que auxiliem no controle deste mal evidentemente nocivo à saúde”, alerta o médico pneumologista.

Entre amigos

Na tabacaria de Felipe Gustavo de Oliveira, 26 anos, os produtos mais vendidos são a essência e o carvão, necessários para fumar o narguilé. Devido ao seu emprego, Felipe conta que fuma diariamente há 8 anos, com a companhia dos amigos, mesmo sabendo dos riscos à saúde que a prática oferece. “Fumo pela socialização que promove, que, ao contrário do cigarro, é mais individual. Os amigos fazem uma roda para fumar narguilé e tomar tereré. Hoje em dia virou uma moda no mercado”, declara.

A prática também está presente na rotina do estudante Ricardo Hiroyuki Kossaka Kikuti, 20 anos, que diz fumar narguilé em quatro dias na semana, sempre depois das aulas ou nos fins de semana. Para ele, a socialização com os amigos é o que mais agrada ao utilizar o narguilé. “Já pesquisei sobre os riscos, mas não de forma aprofundada. Acho errada a forma como a maioria das pessoas julga o narguilé, como se fosse uma droga ilícita. Não considero um vício, gosto de reunir os amigos, conversar e sair um pouco do celular”, pontua.

 

 

*Com informações imparcial

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