Augusto Nunes palestra para empresários na Tamer Comunicação

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“Quem determina o sucesso ou fracasso de um veículo é o leitor”, destacou Nunes

Da Redação

Com frases memoráveis – de marcantes momentos da história política do Brasil – o jornalista Augusto Nunes, âncora do Roda Viva, da TV Cultura, e colunista da Veja e da rádio Jovem Pan, impressionou empresários do mercado financeiro, em palestra na Tamer Comunicação.

Transitando por períodos importantes, desde a era Colonial, Imperial e o Período Republicano até chegar à Lava Jato, Nunes expôs com veemência as falhas do sistema político nacional. “Ao longo do período republicano brasileiro, oito vice-presidentes assumiram o governo. Cada circunstância da ascensão destes vice-presidentes foi bastante particular, variando desde morte dos titulares até processos de impeachment. Ou seja, o Brasil é um lugar onde o vice assume a cadeira – esse fato deve ser levado em consideração e não é nenhuma novidade”, alertou.

Nunes classificou o ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso como o principal estadista nacional e grande intelectual. “FHC demonstra que o povo brasileiro, em momentos importantes, sabe validar seu voto. Todos os governos cometem erros, mas o Plano Real (10ª moeda brasileira – 1º de julho de 1994), implementada no governo do presidente Itamar Franco e tendo Fernando Henrique Cardoso (FHC)como ministro da Fazenda, é um grande legado – conquistamos a redução e o controle da inflação. Antigamente, encontrávamos moedas caídas na rua por conta da depreciação do nosso dinheiro – hoje ele é referência”, relembrou.

Segundo ele, o PSDB cometeu graves erros nas últimas campanhas eleitorais, dentre elesnão defender publicamente o governo FHC. “É um partido que, ao longo dos anos, cometeequívocos de posicionamento. Votei no Aécio Neves,mas sua postura é deplorável. Desde a divulgação da conversa telefônica com Joesley Batista, o político que por muitos anos se apresentava como o neto matreiro e sabido do avô Tancredo, envergonha o legado de sua família e deveria ser expulso do PSDB. Os partidos precisam mudar ou estão sujeitos, cada vez mais, a cair no esquecimento”, asseverou o jornalista mencionando que “João Doria, em sua visão, foi precipitado ao lançar sua candidatura a presidente. Uma cidade bem administrada, como São Paulo, o habilitaria naturalmente”.

Nunes não poupou elogios à postura do juiz federal Sérgio Moro e sua atuação na Lava Jato. “Uma coisa é a Lava Jato verdadeira, outra é a sucursal em Brasília. Precisamos entender de qual estamos falando e escrevendo. A verdadeira, que nasceu em Curitiba, completando a devassa das quadrilhas do Petrolão, tem o rosto de Sérgio Moro e é louvada pela maioria dos brasileiros. A de Brasília, parida por Rodrigo Janot e seus procuradores, é outra coisa. O importante é que a Lava Jato de Curitiba mudou o País e o comportamento de empresários e autoridades. Isso foi um ganho e refletirá na próxima eleição”, enfatizou Nunes.

Em relação ao papel do jornalismo nas coberturas, Nunes analisou a importância das divulgações dos fatos que mudaram o Brasil nos últimos anos. “A imprensa comete erros, isso não há dúvidas. Quando eu era diretor de redação do Estadão exigia uma apuração rigorosa, mais que isso, se identificasse militância na redação sobrepondo matérias, eu demitia o profissional. O jornalismo ainda está buscando um novo caminho entre o tradicional e o digital, mas o conteúdo opinativo e analítico é o que ganha mais atenção. Quem determina o sucesso ou fracasso de um veículo é o leitor”, destacou.

O evento na Tamer Comunicação, uma das principais agências de comunicação estratégica do mercado financeiro, reuniu mais de 40 empresários. “O Augusto, reconhecido como um dos seis jornalistas mais influentes do País pelo ranking da FGV, é de uma capacidade analítica singular. Ele contribuiu, na linha de frente, com a cobertura dos principais acontecimentos históricos que marcaram o País. Dono de um texto primoroso, irretocável, ele conhece todas as engrenagens do funcionamento da imprensa nacional. É motivo de orgulho para nós, taquaritinguenses”, finalizou Gustavo Girotto, sócio da Tamer.

 

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