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Investir na educação básica

O alerta vale também para os prefeitos municipais: o investimento na educação nunca é um gasto por si só. É um benefício para as futuras gerações. Então não se pode computar como um problema a mais na folha de pagamento. Os governos que não deram valor ao ensino e aprendizado ficaram a mercê de seus algozes.

Um povo sem conhecimento não sabe escolher seu destino por conta própria. É preciso, portanto, pensar menos nas próximas eleições e pensar mais nas próximas gerações. Aplicar recursos na educação básica deveria ser função de qualquer chefe de Executivo municipal. A valorização de professores idem.

São eles, afinal, os formadores de todas as profissões. Prefeitos que não dão valor ao ensino básico, a formação de suas crianças, tendem ao fracasso. Entretanto, a situação do magistério está cada vez mais difícil: não bastasse a falta de apoio dos governos, os mestres ainda têm de encarar a violência de seus alunos nas salas de aula (salas de aula, aliás, que estão cada vez mais lotadas, dificultando o ensino prático.

(Ou seja, cada vez mais os discentes aprendem menos). A violência escolar, esta sim já preocupa sobremaneira a própria segurança pública. Que atire o primeiro apagador o professor que nunca sofreu uma agressão (pelo menos verbal) de um aluno numa escola. Escola que perdeu, infelizmente, o apoio que tinha da família em si no passado, como forma de integração com a comunidade.

Apesar dos governos terem levado o projeto Escola da Família a bom termo, proporcionando em determinados estabelecimentos de ensino um avanço considerável na integração escolar, ainda é precário o relacionamento entre pais, filhos e professores. E sem isso a educação não andará. Ao contrário, é preciso unidade.

Em outros países, o professor é elogiado e reverenciado (vejam vocês no Japão, por exemplo, onde até os antepassados e mais velhos têm um grau de respeito invejável). Aqui no Brasil não: aqui os mestres são tratados a socos e pontapés.

Os governos não valorizam o profissional e por isso não temos alunos qualificados. Vejam vocês numa cidade medianamente desenvolvida como Taquaritinga o quanto sofremos para que uma indústria permaneça no Município, pois se não faltasse o técnico especializado, ainda temos a máfia dos atestados médicos.

Aqui viceja o desemprego porque a qualificação está em desuso. Falta uma escola do SENAI, uma unidade do SESI, uma parceria com o SESC. Alvíssaras que conquistamos agora uma sala do SEBRAE para munícipes celebrarem o pequeno e microempreendedorismo.

Infelizmente, na Cidade só se investe na educação de segundo e terceiro graus. A única escola técnica que formava mão-de-obra qualificada (a Escola Industrial de saudosa lembrança, onde hoje é a “Francisco Silveira Coelho”) foi fechada e até hoje não se sabe onde estão as máquinas e objetos onde os alunos aprendiam.

Estamos montando uma república de doutores e isso não terminará bem, com certeza. Os técnicos farão falta (e muito) em um futuro não muito distante. Apesar dos pesares, nossa caminhada será frutífera se conseguirmos vencer o desrespeito aos professores.

Enquanto o país tiver um professor agredido na sala de aula o futuro não nos pertence. Até parece masoquismo, mas não é. Como pode então uma pessoa apanhar na cara, viver estressada, ganhar míseros reais e continuar alfabetizando e ensinando?

Só uma hipótese explica isso: idealismo, vocação, persistência. O mestre é tudo isso e mais um pouco. O que nos apetece é que as gerações vão se sucedendo e há de aparecer aquela que dará valor para a educação. Aí então o Homem, enfim, será livre!

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